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A mostrar mensagens de janeiro, 2008

As opções gerencialistas e o calendário eleitoral

É hoje notícia do dia a queda do Ministro da Saúde , Correia de Campos, que estava a aplicar uma política economicista numa das áreas sociais mais sensíveis e que tinha começado a mobilizar cada vez mais gente na defesa da Saúde próxima das populações, ou pelo menos que ao desmantelar estruturas existentes pusesse em funcionamento alternativas credíveis, o que não estava a acontecer, veja-se a polémica entre o INEM e os bombeiros - ao cair o ministro fez um pedido não me chamem o INEM... Este facto prova que o governo entrou decididamente numa nova fase, a de dar uma imagem mais favorável, deixando para trás as reformas inevitáveis penalizadoras das populações. Mais, a máscara de ferro do governo de que o que estava a fazer tinha que ser feito também caiu, afinal há formas diferentes de se fazer as coisas e políticas a corrigir, aquelas que mais podem penalizar o governo com o aproximar das eleições . A infalibilidade deu lugar a correcções, afinal são humanos e não deuses e como hu

Segunda e terça feiras negras

Ontem e hoje as bolsas mundiais estão a cair bastante, acima dos 5% e acumulando quedas desde o início do ano de 15 a 20%. Por isso são chamas de dias negros . As causas destas quedas são a crise do mercado imobiliário nos EUA e o acentuar de expectativas pessimistas que preveêm uma recessão neste país. Portanto, o pior cenário de recessão nos EUA, tudo indica, que vai concretizar-se, pelo menos é esta a expectativa dos agentes económicos nesta altura, depois de meses de indefinição. Agora é preciso as autoridades agirem para reduzirem os seus efeitos na economia real e o tempo de duração da crise. Nesta perspectiva é importante a baixa de juros pelo FED e um pacote fiscal para reduzir os impostos que vão actuar como dinamizadores da procura, de que se começa a falar. Basta o anúncio destas medidas para começar a haver uma inversão de expectativas. Do ponto de vista político esta crise favorece os democratas; o timing das eleições em Espanha já é favorável ao governo de Zapatero,

Quando o gerencialismo se torna desumano

Aconteceu em Portugal, um aumento retroactivo de pensões vai ser pago em prestações, ou seja em média 9 € vão ser pagos aos centimos durante o ano de 2008. Esta atitude traduz a visão gerencialista de que só uma maneira correcta de fazer as coisas, mesmo que invadindo o poder de decisão dos indivíduos, que não podem ter 9 € em seu poder senão gastam-nos mal, ou seja todo de uma vez ...(justificação do secretário de estado na TSF). Essa maneira correcta não deve ser decisão dos indivíduos mas do governo, porque no gerencialismo só os chefes (governantes) é que sabem e ao povo cabe obedecer. Dito de outras maneiras há os que decidem e os que executam ... Ora acontece que alguns pensionistas recebem pensões muito baixas e se calhar receber o dinheiro todo junto que já dava para pagar dívidas na mercearia ou na famácia. Claro senhor governante estamos a falar de pessoas que fazem malabarismos financeiros para irem sobrevivendo. Não lhe ocorreu? Quando se decide do nosso pedestal sem sentir

O caso do BCP

Ainda hoje numa das minhas aulas fui questionado sobre o que se passava no BCP . Expliquei que num dos últimos aumentos de capital, o banco financiava a compra de acções através empréstimos mediados através de paraisos fiscais, garantindo o sucesso da operação e controlando a entrada de accionistas indesejáveis. A operação deixava de ser transparente como mandam as regras das bolsas, passando a ser uma operação completamente controlada no sentido da salvaguarda dos interesses dos que controlavam o banco. Este caso só veio a público porque as comadres se zangaram e começaram a lavar a roupa suja. O banco central parece que pediu informações na altura, mas a resposta foi tranquilizadora. Então não é que para o Banco Central investigar é pedir informações e acreditar nelas ? Por isso nada aconteceu na altura. Mas agora o caso pia mais fino, na luta pelo poder em curso há que explorar o assunto para afastar certos actores. Ou seja, o BC só intervem quando apoia certos interesses? Esta lógi