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A mostrar mensagens de maio, 2016

Um comentário sobre o Brexit

O brexit é a saída do Reino Unido da UE. Desde logo o Reino Unido não foi fundador da CEE por opção própria, nomeadamente a sua resistência a um espaço supranacional com governo próprio, preferindo e promovendo a EFTA como alternativa de integração económica que não tinha órgãos supranacionais e se baseava somente em tarifas aduaneiras preferenciais, sem pauta exterior comum. Quando aderiu em 1973, o seu acordo de adesão, teve uma série de políticas que não se aplicariam ao RU, como o caso da política social, que na altura não passava de uma carta de intenções e nunca evoluiu para uma política comum. Quando da criação do euro, voltou a ficar de fora na defesa dos interesses da City, ou seja, da praça financeira de Londres. Recentemente houve nova negociação e conseguiram não aplicar uma série de medidas relacionadas com a imigração e aplicação de direitos a imigrantes. Desta breve história, pode-se concluir que querem estar na UE, mas com importantes excepções aos tratados e polít

A ameaça de sanções a Portugal pelo défice de 2015

A Comissão discute e o presidente do grupo parlamentar no PE do PP pede sanções contra Portugal. Tem esta atitude razão de ser? A Comissão foi um dos elementos da tróica pelo que não faz sentido sancionar uma política que decidiu.  Nem sequer se deve usar o verbo influenciou, pois a tróica é que definia as políticas, com o governo em posição subalterna. Em segundo lugar houve uma derrapagem além dos 3% ou valor aproximado devido ao caso Banif, cuja resolução foi imposta pelo BCE , outro elemento integrante da tróica. Discutir décimas é aberrante, face à dificuldade de se encontrar um PIB potencial estrutural. Em terceiro lugar o anterior governo foi um bom aluno indo além da tróica, não podendo ser acusado de ter resistido à política delineada. Em quarto lugar houve de dentro dos organismos que fizeram parte da tróica críticas aos programas implementados , nomeadamente que tinham os multiplicadores mal calibrados e portanto, políticas que deram resultados não esperados. Por tudo i

Estarão a haver mudanças na Europa?

Há dois acontecimentos que quero realçar do que se passa na Europa, a discussão sobre o reescalonamento da dívida grega e a recusa à vontade alemã de receber refugiados. A discussão da reestruturação da dívida grega é importante porque é um passo importante no sentido da responsabilidade de os ricos ajudarem os países em dificuldade, que tem faltado à Europa em crise . Se é importante os países fazerem o seu caminho para terem sistemas financeiramente equilibrados é também importante a Europa ajudar esses países nesse processo de restauração dos equilíbrios. A Europa caminhou depressa nas sanções e esqueceu-se de criar mecanismos de solidariedade . Esta vocação alemã de ser mais castigadora do que uma mão amiga, já teve um custo para a Srª Merkel a não solidariedade dos outros povos para com a sua política de recebimento dos refugiados , talvez porque todos perceberam que os alemães pedem sacrifícios, mas pouco dão aos outros povos. Concluindo, há indícios de que para além da vert

O futuro da geringonça: Pode durar uma legislatura?

Depois de aprovado o orçamento para 2016 e de ter passado o plano de reformas e o plano de estabilidade, teremos pela frente um período mais calmo, julgo que até ao outono por altura da apresentação do novo orçamento. Talvez não haja muito espaço de manobra financeiro para se ir muito mais longe em 2017, mas há políticas sem grande impacto financeiro que se podem aprovar. É neste contexto que achei interessante as reivindicações da CGTP centradas na contratação coletiva, isto é, mudar a agulha das políticas laborais e centrá-las mais no diálogo e sem perder de vista os interesses dos trabalhadores. Como foi dito espera-se que o governo dê o passo seguinte e volte a haver contratação coletiva. Do ponto de vista político é preciso manter a esperança de dias melhores e continuar o combate aos salários baixos e à precariedade do emprego . As nuvens que podem pairar sobre este acordo de partidos são surpresas no setor financeiro, como no Novo Banco, mas o calendário para este problema é