Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2018

A corrupção em Portugal: a mentalidade está a mudar?

Como sabemos a corrupção distorce a concorrência que deve existir no mercado, pelo que é uma forma de criar ineficiência ao funcionamento dos mercados. Todos tínhamos a perceção que havia corrupção em Portugal , mas nos últimos anos têm caído na malha da justiça vários casos, ao mais alto nível do Estado e mais recentemente tocou o próprio sistema judicial. O mérito é sem dúvida da Procuradora Geral, Joana Marques Vidal, motivo suficiente para ser reconduzida no cargo. Todos conhecemos os casos que envolvem um ex-primeiro ministro, um ministro, secretários de Estado, dirigentes de topo da administração pública e magistrados. Para já não falar do casos BES, PT e outros de cariz mais económico. Este é sem dúvida um passo em frente para termos mercados eficientes na economia. Mas ainda há muito caminho a fazer para se mudar mentalidades , mas o primeiro passo sem dúvida é acabar com a impunidade da corrupção , o que parece que tem vindo a acontecer, ainda que não haja condenações nest

A direita anda assustada com a maioria de esquerda

A eleição do novo presidente do PSD que prometeu tudo fazer para não haver nova maioria de esquerda, aceitando mesmo viabilizar um governo do PS sozinho, para não se repetir a maioria de esquerda, mostra a preocupação da direita com as reconversões em curso. Outra manifestação desta preocupação com as reversões das políticas de direita entre 2011/2015 é a frase da Ferreira Leite: vender a alma ao diabo (viabilizar um governo PS minoritário) para não se porem em causa as reformas de direita. Qual a razão de este alarido vir agora? No meu poste anterior, com a questão da reversão da legislação laboral julgo que pus o dedo na ferida: a hipótese de se rever a lei laboral com esta maioria de esquerda. Por tudo isto, aproxima-se um período de grande «namoro» ao PS, uns para renovar a maioria de esquerda e outros para afastar o PS da esquerda, com o PS a lutar pela maioria absoluta. Neste enquadramento, reconheço que o Rio pode melhorar os votos no PSD, pois representa uma política mais do

A reviravolta do mercado do trabalho em Portugal

Hoje o tema vai ser o mercado de trabalho, quer porque a taxa de desemprego está em desaceleração, quer porque deu entrada na AR uma proposta do BE para alterar a lei do trabalho. Com a tróica a legislação laboral foi revista, facilitando-se a vida às empresas para despedirem e para se deslocalizarem, diminuindo as indemnizações a pagar . Foi também promovida a precariedade no emprego , quer na função pública quer na atividade privada. O desemprego aumentou e com isto passou a haver uma pressão para os salários baixarem, em resultado da lei da oferta (a diminuir) e da procura (a aumentar com o acréscimo do desemprego). Os salários baixos serviam um modelo de especialização em mão de obra intensiva , tipo especializar Portugal em serviços de turismo ou na área da saúde, para os europeus reformados, que nos escolheriam por causa do clima e bons serviços de saúde que podemos prestar. Este modelo, mesmo já passados dois anos com um novo governo, continua a baixar o salário médio , pois

O «excelente» caso de gestão privada de bens públicos: os CTT

Outro assunto na ordem do dia é o falhanço dos CTT em manterem um serviço postal eficiente , parece que afinal a gestão privada falha no provimento de bens públicos . Os CTT foram privatizados e passado algum tempo assistiu-se à gradual degradação deste serviço público. Nomeadamente eu recebia a conta da luz a tempo e horas e no início de 2017 passei a recebê-la depois da data de pagamento. O carteiro vinha todos os dias depois passou a vir 2 ou 3 vezes por semana e agora vem uma vez por semana (numa ladeia do distrito de Braga). A par desta degradação do serviço postal temos uma política de distribuição de dividendos bastante vantajosa para os acionistas e que se manteve mesmo com os resultados a degradarem-se . Portanto, quem tem pago a menor procura do serviço postal têm sido os trabalhadores, que têm vindo a ser reduzidos  e os utilizadores. Claro que reconheço que devido às novas tecnologias a procura do serviço postal diminuiu e tal trás problemas de rendibilidade e isto era p

A lei de financiamento dos partidos

A lei dos financiamento dos partidos, na sua revisão de 2017, foi um mau serviço à democraci a, quer pela falta de transparência, quer pelas soluções propostas que se esquece que se está a restituir rendimentos das famílias  a conta gotas e se preconiza repor rendimentos a ritmo acelerado para os partidos. Em democracia tudo deve ser transparente e o processo de elaboração desta lei não o foi, porque não houve eco para a opinião pública e porque não se sabem os autores das propostas. Assim, não se prestou um bom serviço à democracia e abriu-se as portas a mais desconfianças em relação à vida partidária. Não compreendo que o Bloco e o PCP tenham alinhado numa situação destas. Por outro lado, esta lei é injusta na medida em que com os rendimentos das famílias há uma reposição dos rendimentos a um ritmo lento, enquanto no caso dos partidos se procurou acelerar o seu financiamento. Outra situação pouco clara é a questão da isenção do IVA, em que qualquer alargamento desta isenção me par