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A mostrar mensagens de janeiro, 2016

O puxão de orelhas ao draft de OGE, ou o aviso aos governos de esquerda?

Estamos perante um facto político novo a exigência de um défice estrutural de mais 0,5 em vez dos 0,2. Além de ser uma medida dos crentes na austeridade, logo apoiada pelo PSD, e portanto ignorar que a política faz-se para as pessoas, é uma ingerência da Comissão em Portugal quando não tem o mesmo critério para com os França,  que devido a problemas de segurança pode contornar as regras... Esta posição é também uma prova de que os defensores da austeridade não recuaram e querem dar um segundo aviso aos governos de esquerda , o primeiro foi à Grécia, de que ainda mandam e esta ideologia está ativa. Vejamos como o governo vai reagir a esta pressão ensanduichado entre a vertente externa e os compromissos internos . A verdade é que há fatores que podem dar uma margem de manobra, como os baixos preços do petróleo, que podem ser mais explorados, mas à custa de menos estímulos à economia, pois os custos de transportes se aumentarem agravam as contas das empresas. Estou curioso para ver c

A pressão europeia sobre o OGE

Têm vindo a público notícias de que a Comissão tem pressionado Portugal para baixar o défice de 2,8 para 2,5%, do PIB. Estas notícias parecem confirmar uma UE a favor de mais austeridade contra um governo que a quer abrandar e cumprir os seus compromissos eleitorais e de coligação, sem deixar de se enquadrar nas regras europeias.. A questão é se ainda faz sentido continuar com uma austeridade asfixiante? A resposta é não, quer do ponto de vista social e económico. Do ponto de vista social porque é preciso tirar da pobreza muitas mais pessoas e com urgência e e conomicamente porque é preciso acelerar o crescimento com base no mercado interno para se poder pagar a dívida mais depressa. Mas este crescimento do mercado interno passa por dar mais dinheiro aos estratos mais baixos onde o impacto sobre as importações será menor do que apostar na melhoria da classe média. Concluindo, a UE continua pouco preocupa com as pessoas e com níveis mais altos de crescimento, talvez porque não prec

A questão dos exames em educação e o défice do Estado

A defesa dos exames surgiu ligada a uma ideologia de direita, como forma de seriar os alunos, de forma justa, isto é, sem o elemento subjetividade, dada pela diversidade de professores e formas de ensinar e como forma de controlar o nível de ensino, neste caso como elemento necessário à gestão escolar. As provas de aferição resolvem este último problema, pois a gestão continua a ter indicadores para atribuir turmas pelos melhores professores. Aqui o problema é outro, será que a gestão prefere continuar com os mesmos professores por uma questão de compadrio ou de amizade? Entramos, assim, no modelo de gestão, que parece não estar em cima da mesa. Sobre o seriar os alunos, sabemos que o básico não tem contributo para isso, pelo que não se justifica os exames neste nível. Além disso, parece que os exames introduziram um enviesamento na forma de ensinar, em que se ensina para se ter aproveitamento nos exames, tornando-se os exames o centro do ensino, o que me parece errado. Por outro l

A mudança de paradigma da banca

Com o início de 2016 entraram em vigor diretivas europeias de como lidar com os bancos com problemas de sustentabilidade. Não sendo uma legislação com que concorde totalmente, introduz uma cadeia de responsabilidades, no caso de haver problemas, que vai no sentido de penalizar os agentes económicos com mais responsabilidade , os acionistas e obrigacionistas e os que deviam ter mais informação , protegendo os depositantes até 100.000 € e colocando os contribuintes como solução de recurso. Por outro lado, também concordo com a exigência pelo BdP de reservas adicionais para os bancos classificados como sistémicos. Mas, preferiria uma solução que limitasse a quota de mercado dos bancos para se evitar dimensões bancárias que torne os bancos sistémicos. Ou seja, iria por uma via de combate à existência de oligopólios. Voltando, assim, a uma concepção de que o capitalismo mais puro, o capitalismo concorrencial, é um sistema aceitável, desde que a dimensão económica das empresas não se tor