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A mostrar mensagens de abril, 2017

Será que a execução orçamental do 1º trimestre trouxe boas notícias?

Lembrando que o governo pretende a quadratura do círculo, estar bem com Bruxelas/mercados e repor rendimentos e direitos dos trabalhadores, as notícias da execução orçamental com um défice menor do que no ano passado no primeiro trimestre são boas para Bruxelas e para os mercados, mas podem ser preocupantes para os trabalhadores. Passo a explicar, com a aceleração do crescimento há mais impostos, que superaram o aumento das despesas , mesmo com as de capital a crescerem cerca de 16%, daí haver menos défice. Como já vimos este governo prefere fazer projeções macroeconómicas conservadoras, isto é, aposta em cenários pouco otimistas à espera que a realidade seja melhor que as previsões. Isto é bom do ponto de vista das expetativas favoráveis ao governo e cria confiança nos mercados. Mas do ponto de vista das classes martirizadas pelo programa da tróica há menos espaço para acelerar a reposição de rendimentos, porque se partirmos de um défice de 1,5% em 2017, para 2018 Bruxelas aceitará u

Lições das eleições francesas

Houve ontem mais umas primárias nas eleições francesas para a presidência da república e hoje é dia de se analisar os resultados. O primeiro grande resultado é a erosão dos partidos do poder , socialistas e republicanos, que não estarão presentes na segunda volta, sendo o caso dos socialistas o que deverá merecer maior reflexão por não ter chegado aos 10%. Este resultado já aconteceu noutros países como na Grécia e também na Holanda. Na minha opinião esta erosão dos eleitores socialistas acontece quando o programa dos socialistas não se distingue das políticas de centro direita, centradas em regras rígidas de austeridade. Há também uma votação de cerca de 40%, em Le Pen e Melanchón, que são votos contra a união europeia da atualidade, longe das necessidades e sentimentos dos cidadãos, ainda que à direita com ênfase na segurança e à esquerda na desigualdade de rendimentos ou na disparidade de sacrifícios exigidos, com uns a beneficiarem do mal dos outros. Há claramente uma erosão dos