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A mostrar mensagens de janeiro, 2015

Da vitória do Syriza às propostas de PIKETTY

Como já disse num post anterior a vitória do Syriza abre agora negociações coma UE e vamos ver no que consegue nessas negociações, mas pelo menos as teses dominantes passam a ter oposição e passa a haver debate , o que vai também favorecer os partidos de oposição à austeridade que já não aparecem isolados. Mas tão importante como esta abertura ao debate e o reforço do papel da democracia, quero fazer referência a uma proposta de PIKETTY, nome e obra -o capital no século XXI- que já realcei em post anterior. A sua proposta vem no sentido de se criar uma articulação entre política monetária e fiscal/orçamental , tal como defendi no meu post anterior. Contudo, Piketty no que respeita à política orçamental advoga mesmo a existência de um ministro das finanças a nível do euro , com controlo parlamentar dos países aderentes ao euro , ou seja, o parlamento europeu, reuniria também em sessões mais restritas só com países aderentes ao euro, que controlariam democraticamente o poder do ministr

A Europa vai ter uma política monetária articulada com a política orçamental?

Os economistas sabem que a política monetária é um instrumento essencial de intervenção dos Estados e é decisivo para se defender uma moeda e controlar fenómenos inflacionistas e mesmo deflacionistas. O estudo comparado das épocas de crise realça a importância da política monetária e o seu uso atempado, muitas vezes em articulação com a política orçamental. Como dizia hoje um político grego,  uma das causas da crise foi termos moeda sem plenitude da política monetária , ou seja, a arquitetura do euro tem estado incompleta . Na semana passada o Tribunal de Justiça da UE deu luz verde à utilização do «quantitative easing», ou seja, à compra de dívida pública para injetar moeda na economia, o que é normal nas outras zonas monetárias, tornando a política monetária do euro equivalente à do dólar nos instrumentos à sua disposição. Esta decisão levou a Suiça a acabar com a política de taxa de câmbio mínima relativamente ao euro, por volta dos 1.2 francos suiços para 1 euro. Esta medida já

O Estado português continua muito burocratizado

Quem ontem viu o programa do Medina Carreira foi-lhe mostrado 3 exemplos de como a burocracia continua a condicionar o desenvolvimento do país . Os três exemplos foram a exploração do mar para aquacultura, a coinceneração e a abertura de creches e jardins de infância. Em qualquer destes exemplos é necessário conhecer legislação , que em todos os casos é bastante extensa , indo desde decretos (leis e regulamentares), a portarias e a despachos. Depois é necessário fazer um circuito burocrático na administração que vão de 10 a 26 intervenientes, se a memória não me falha. Destes casos concretos resulta que os discursos políticos e a realidade estão desconformes . Vejamos, a prioridade política dada ao mar,nos últimos anos, quer pelo governo,quer pela presidência, é posta em causa pelo processo burocrático, que é o mais extenso dos 3 apresentados. Concluindo, na prática não há qualquer incentivo a haver investimento no mar.

A crise grega e o euro

Em nenhum tratado assinado para a construção da união económica se considera a imposição pelos órgão comunitários de ideias (políticas) aos povos. Assim sendo, como se explica a tentativa de condicionar a escolha dos gregos nas eleições que se aproximam? Em termos de acentuar as escolhas que estão em cima da mesa por parte dos eleitores gregos é legítima uma intervenção quer da comissão quer por parte da senhora Merkel, para realçar o alcance da escolha que vai ser feita pelos gregos, mas com sentido pedagógico, não impositivo. Mas ir além de um esclarecimento, entrar pelo campo das ameaças, como acenar com a saída do euro e da união , que os gregos não querem, isto não é esclarecimento, isto é chantagem . Esta atitude é uma deriva totalitária contrária ao espírito democrático de construção de um estrutura supranacional por vontade dos povos . Isto é completamente diferente de se alertar que por consenso / maioria existem regras para se cumprirem e quem não as acatar deverá sofrer c