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A mostrar mensagens de janeiro, 2019

Relatório do BCE sobre a banca portuguesa

Hoje aparece na imprensa a referência a um relatório do BCE que analisa o comportamento dos bancos durante a crise iniciada em 2008 e que conclui que os bancos concederam crédito de risco porque esperavam o apoio do Estado para os ajudar a recapitalizar, como veio a acontecer. Além disso esconderam durante algum tempo dos seus balanços as imparidades daí resultantes Esta análise é interessante porque mostra que a banca portuguesa sendo na sua maioria privada acredita que terá sempre o guarda chuva estatal, ou seja, as suas decisões de crédito serão menos rigorosas porque em caso de dificuldade haverá sempre proteção estatal , o que significa que não está no consciente dos gestores a existência de consequências sérias em caso de uma gestão descuidada e pouco profissional. Até agora esta perspetiva confirma-se quer porque o Banco de Portugal não atua, por exemplo aplicando coimas e recusando a idoneidade de certos gestores com passado duvidoso, quer porque não há processos por gestão da

A corrupção mina o funcionamento da economia

A corrupção é um dos piores males que pode abater sobre o funcionamento da economia. Como costumo dizer sou adepto do livre mercado concorrencial , mas esta forma é idílica, pois o livre mercado transforma-se em concorrência monopolista, porque o funcionamento normal da economia leva à concentração das empresas. Ou seja, o capitalismo concorrencial tem dentro de si a semente da sua destruição ao acabar com a concorrência . Com o capitalismo monopolista agrava-se a possibilidade de o poder económico captar o poder político agravando-se o tráfico de influência e a corrupção. Na fase do capitalismo  concorrencial puro, sem monopólios ou oligopólios, há menos possibilidade de estes fenómenos se verificarem, mas podem acontecer, porque é típico da natureza humana a ganância. Portugal foi denunciado num relatório da OCDE como um país com algum nível de corrupção e houve logo um ministro que tentou abafar esta análise, fazendo-a desaparecer. Ontem soubemos que a Caixa Geral de Depósitos (C

O acordo do Brexit foi chumbado em Westmister

Ontem a May teve uma derrota estrondosa no parlamento a propósito do acordo do Brexit com a UE. Este acordo não agradou a uma maioria de deputados britânicos, por diversas razões: - uns porque não aceitavam o backstop para a Irlanda do Norte; - outros porque já rejeitam a saída da UE pelos custos económicos que se perspetivam; - outros porque têm medo da desagregação do reino Unido, com a Escócia na linha de saída; - uns porque querem evitar o pagamento dos 39 mil milhões de euros; O que se segue é o hard Brexit, sem regras? Julgo que este cenário vai ser evitado quer pelos ingleses quer pelos restantes europeus, porque os seus custos económicos seriam muito pesados. Mas devemos reconhecer que está mais presente com o chumbo e com o pouco tempo que resta até 29 de março. Contudo, esta data pode ser alterada para haver mais tempo para negociar. Eu proporia um novo referendo, mas não sou britânico. Julgo que se vai chegar a um acordo ou para repetir o refendo, ou chegar a uma pers

Esta semana o governo anda em campanha

Sabemos que os orçamentos deste governo recuperaram rendimentos, mas foram tímidos com o investimento público. Esta semana o governo avançou com uma campanha para alterar esta representação nos eleitores. Primeiro foi a visita a obras na ferrovia, com o anúncio de novas automotoras. O problema é que desapareceram deste concurso as automotoras de longo curso (estará implícito a privatização das linhas de longo curso, as mais rentáveis?). Não se resolve o problema da alteração da bitola ibérica para a bitola europeia, acompanhando e tornando possível a ligação às novas redes espanholas com ligação à Europa. Depois foi o anúncio do aeroporto, em que o governo surge como corajoso porque resolve um problema de 50 anos, decidindo-se pelo portela +1, neste caso com o Montijo. Esta solução compreende-se pelo seus custos nulos para o erário público, mas como disse o Jerónimo com a sua parábola do apeadeiro, parece-me uma solução para 2 ou 3 décadas, portanto limitada no tempo. Por outro lado

O ano de 2019 vai aprofundar desafios: populismo, nacionalismo e desregulação do mercado do trabalho

No ano de 2019 perspetivo que muitos dos desafios latentes se vão tornar realidade. O principal desafio global é a subida ao poder dos populistas, com uma vertente nacionalista, que vai atrasar ou congelar a globalização e o multiculturalismo . Por paradoxal que seja isto poderá levar à reversão tímida da desregulamentação do mercado do trabalho, pois pontualmente os nacionalistas preocupam-se com os nacionais trabalhadores. A vertente ambiental vai entrar também numa fase quase sem melhorias , apesar de serem cada vez mais evidentes as alterações climáticas para todos. Há, contudo, uma janela de oportunidade, se a indústria automóvel introduzir uma tecnologia amiga do ambiente a baixo preço que se vai generalizar. Esperemos que esta oportunidade se concretize em 2019 em força, contudo, tudo indica que acontecerá o contrário, vai continuar a ser cautelosa, com a nova tecnologia a ser lançada nos segmentos médio/alto porque o preço é proibitivo da sua massificação. Na Europa além do po