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A mostrar mensagens de dezembro, 2018

O manifesto europeu de Thomas Piketty

É por isso que nós, cidadãos europeus de diferentes origens e países, lançamos hoje este apelo para a transformação profunda das instituições e políticas europeias. O nosso manifesto contém propostas concretas, em particular um projeto para um tratado de democratização e um projeto orçamenta l, e tornamos tudo isso público. As nossas ideias podem não ser perfeitas, mas têm o mérito de existir. O público pode aceder a elas e melhorá-las. Baseiam-se numa simples convicção: a Europa deve construir um novo modelo para garantir o desenvolvimento social justo e duradouro dos seus cidadãos. A única maneira de os persuadir é abandonar promessas vagas e teóricas. Se a Europa quer restabelecer a solidariedade com os seus cidadãos, só o pode fazer fornecendo provas concretas de que é capaz de estabelecer cooperação e de fazer com que aqueles que ganharam com a globalização contribuam para o financiamento a bem do sector público. Isso significa fazer com que as grandes empresas contribuam mais d

A nova postura política de Macron

A revolta dos coletes amarelos em França ainda está ativa, mas já conseguiu mudar o enfoque da política de Macron de apoio aos ricos para alguma sensibilidade à classe médi a, sob pena de não sobreviver politicamente. Não é uma mudança radical, mas acrescentar sensibilidade aos problemas da classe média. A mudança da política de Macron de apoio à classe média, muito penalizada por impostos, vai aumentar o défice da França e colocar este país, previsivelmente, em défice excessivo em 2019, mas a sobrevivência política de Macron assim o exige . Um economista francês previu um défice de 3,5 % para 2019 com a implementação das novas medidas, como a subida imediata do salário mínimo em 100, passando para 1600€, bem como a libertação do pagamento de impostos das horas extraordinárias, dos prémios de produtividade, etc. Portanto, é à custa do orçamento de Estado que que o governo francês quer resolver esta revolta popular , entrando em choque com as regras da UE. Isto pode enfraquecer sanções

Os coletes amarelos e as eleições na Andaluzia

Hoje vamos escrever sobre economia política, particularmente sobre os coletes amarelos . Este movimento, espontâneo ou não, alertou o governo francês para a de-lapidação das classes médias através do aumento dos impostos indiretos, principalmente sobre os combustíveis. Sabemos que o Estado Social para existir precisa de uma elevada tributação, normalmente através de impostos diretos , para o Estado funcionar à Robin Hood, isto é, tirando aos mais ricos para dar aos pobres. Com as crises económicas e a subida dos preços do petróleo as economias desaceleraram e para se manter os níveis de despesa foi-se aumentando os impostos indiretos sobre os produtos petrolíferos e outros para se manterem as receitas que suportavam o Estado Social. Aqui começou o desvirtuar do modelo original, pois os impostos indiretos são proporcionais e não progressivos, enfraquecendo o uso da política fiscal como forma de redistribuição do rendimento - como se o Robin Wood da era moderna começasse a assaltar os