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A mostrar mensagens de março, 2017

Nesta semana a notícia boa é a aceleração do crescimento económico

O BdP veio prever para 2017 uma taxa de crescimento do PIB da ordem dos 1,8% , confirmando assim a aceleração da economia portuguesa mesmo continuando o défice a diminuir. Mas as boas notícias não se ficam só pelo crescimento, mas também que este se consegue à custa das exportações e da retoma do investimento , fruto do clima económico favorável e da velocidade cruzeiro dos fundos europeus do programa 2020 e também do boom no turismo. O consumo continua a ter o seu papel neste crescimento, mas como não há retoma tão acentuada dos rendimentos como houve no ano anterior, este papel empalideceu um pouco. Já não são notícias boas a venda do NB por tuta e meia, nem o financiamento da CGD a taxas de juro de cerca de 10%, mais uma vez com soluções impostas pela UE sem racionalidade económica, como a do Estado manter 25% do NB sem participar na administração. Isto não é capitalismo é preconceito contra os capitais públicos, em casos de emergência, como bancos resolvidos, que nem britânicos n

O caso do dinheiro gasto em copos e mulheres

O presidente do eurogrupo saiu-se com esta de que havia países que gastaram dinheiro com álcool e mulheres e depois pedem ajuda para pagar as dívidas. S em referência expressa aos países do sul, mas como são estes os países que apresentaram problemas de endividamento esta seria uma referência muito pouco subtil, ainda que não expressa. Esta declaração é importante porque numa altura em que se comemoram os 60 anos do tratado de Roma que criou a CEE, era importante a Europa estar unida contra as ameaças de Trump e Moscovo , além de coesa para enfrentar o Brexit, aparece este senhor a relembrar a pseudo divisão entre norte e sul , em que o norte é rigoroso financeiramente falando, não tendo défices excessivos e com a dívida controlada, enquanto os do sul, esbanjam dinheiro e têm dívidas enormes. Não podemos descontextualizar esta situação e não levar em conta que em 1987 com o Ato Único se reconheceu o atraso destas economias ao criar-se o fundo de coesão, que visava acelerar o processo

As eleições holandesas e a Europa

Decorreu ontem um ato eleitoral na Holanda em que se receava mais uma vitória do populismo. Hoje confirma-se que o populismo estando a crescer à boleia de uma política anti-emigração, não se tornou a principal força política , como aconteceu nos EUA com Trump. Por outro lado, na esquerda, se os trabalhistas desceram acentuadamente, os verdes tiveram uma subida acentuada, ainda que não compensando a quebra dos primeiros. De qualquer maneira o governo vai exigir uma coligação de vários partidos, o que significa negociações prolongadas. Se os apoiantes da Europa parecem continuar maioritários e os riscos de desagregação com mais referendos parece não se pôr , continuamos sem responder à questão do que significarão estas eleições para o futuro da Europa. A continuação de uma política de austeridade cega ou o avanço numa maior solidariedade, por exemplo com os títulos europeus (european bonds)? Uma política anti-emigração ou abertura ao multi-culturalismo? Várias perguntas ficam por respon

A reflexão da comissão sobre perspetivas futuras para a UE

A comissão emitiu um documento/reflexão sobre o futuro da UE. Neste documento são traçados cinco cenários sobre esse futuro. Depois deste documento ter vindo a público os 4 grandes, Alemanha, França, Itália e Espanha reuniram-se e enfatizaram o terceiro cenário de haver uma Europa a várias velocidades , significando isto que os diversos países se encontrariam em fases diferentes de integração. Esta linha de rumo veio condicionar o debate a este cenário, porque o que os grandes quiserem é o que se vai realizar com grande probabilidade. Depois desta reunião pode-se dizer que os outros cenários foram descartados. O que significa Europa a várias velocidades? Que haverá vários dossiers de integração possível e os países aderirão aos que acharem convenientes ou que preencham os pré-requisitos . Os possíveis dossiers serão a segurança, a mutualização da dívida, o sistema de fiscalidade europeia, as bases mínimas de segurança social comuns, para só referir os mais importantes. Por exemplo Po

A questão da progressão dos funcionários públicos

A geringonça tem para este ano o propósito de atacar o problema dos precários na função pública, o que me parece uma prioridade acertada que é dignificar os funcionários públicos que não têm segurança de emprego, pois não se podem construir serviços públicos de qualidade com base na precariedade, ou seja, no caminho para se terem bons serviços públicos (o fim) temos de ter recursos humanos empenhados (o meio). Depois de se trabalhar este tema surge naturalmente a necessidade de progressão na carreira dos funcionários já no quadro . Ora apareceu nos jornais que se está a estudar uma forma de progressão que não seja automática, quer motivos financeiros, quer por motivos de mérito. O problema é que os funcionários públicos estão congelados há bastante tempo (cerca de 10 anos) e têm vindo a ser avaliados, o que lhes permitiu ter esperança que logo que haja oportunidade financeira, as progressões apareçam . Realço que como tem havido avaliações as progressões esperadas estarão baseadas no