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A mostrar mensagens de março, 2019

Os laços familiares e o défice de 0,5 em 2018

O INE divulgou que o défice de 2018 ficou em 0.5%. Isto é positivo ou negativo?  É negativo porque este resultado foi alcançado à custa de um sub-investimento em educação e saúde e aplicando restrições aos trabalhadores , porque continua sem haver aumentos salariais que corrijam pelo menos a inflação e garantam a recuperações integral de direitos. É negativo porque a carga fiscal atingiu um nível superior ao mais alto anteriormente verificado em 1995. É negativo porque o sistema financeiro drenou parte significativa dos recursos disponíveis. É positivo porque nos deixa preparados para uma nova crise, com margem para gerir e usar a política orçamental perante uma nova crise. É positivo porque permite começar a redução da dívida pública ao mesmo tempo que esta vai diminuindo por efeito do denominador quando analisada em % do PIB. Portanto, há aqui o predomínio da proteção aos bancos em detrimento dos serviços públicos essenciais e dos direitos/nível de vida dos trabalhadores. É melh

A política de passes sociais é eleitoralista?

O governo lançou recentemente uma política de passes sociais que reduz o custo destes nas zonas urbanas de forma acentuada. Faz sentido esta política? Faz do ponto de vista ambiental , pois o recurso a transportes públicos fará baixar a libertação de gases com efeito estufa. Faz sentido do ponto de visa económico/social , pois os trabalhadores terão os seus custos mensais em transportes desagravados de forma significativa, o que fará aumentar o poder de compra do seu salário nominal, uma vez que ao se reduzir os custos de um item fica disponíveis mais recursos para outros itens, nomeadamente o que um recente inquérito mostrou que são despesas que ficam para trás como o dentista e a reparação do automóvel. Como Sraffa mostrou se os transportes fizerem parte do cabaz básico ao diminuir o custo do cabaz básico aumenta o rendimento das famílias. Mas esta política é eleitoralista? Pode ser se for usada e implementada próxima de atos eleitorais , como é o caso deste ano de 2019 com duas e

O caso do sistema financeiro português: falta a sua reforma

A seguir à crise de 2008 houve problemas em alguns bancos muito expostos a ativos tóxicos . Em Portugal os problemas nos bancos foi abrangente, excetuando o BPI. Além de uma exposição a ativos tóxicos internacionais a política de crédito foi muito pouco rigorosa, aparecendo nos dez anos seguintes as imparidades decorrentes destes créditos mal parados.  A particularidade da crise bancária em Portugal, foi ter-se arrastado no tempo as consequências da crise, numa ação deliberada de esconder os problemas ou retardá-los . Não entendo esta política de esconder para fugir à accountibility, porque a verdade é que os problemas acabaram por vir à tona, mesmo passados anos. Outra caraterística da crise bancária em Portugal é transferir o custo para os portugueses, não responsabilizar os dirigentes, com a total cobertura do Banco de Portugal , o supervisor, que teve também falhas e tem também todo o interesse em que a verdade se saiba a conta gotas para diluir as suas responsabilidades. Por