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A mostrar mensagens de março, 2015

As imperfeições da Zona Euro

Temos vindo a defender que a zona euro é uma zona de moeda única imperfeita , mas não sistematizamos as suas imperfeições. A saber: 1. A supervisão bancária tem sido nacional e não da união, esta imperfeição vai desaparecer com a união bancária. 2. Há falta de articulação entre as políticas monetárias e fiscais, a) quer ao nível da união, pois só com a comissão Junker é que se articulou uma política monetária expansionista com a política do quantitative easing; b) quer porque as políticas fiscais e orçamentais são sobretudo nacionais, ainda que sujeitas a regras da união, como a limitação de 3% ao défice e os 60% sobre a dívida pública, ainda que esta última pouco respeitada é se considerarmos a dívida oculta, mesmo pela própria Alemanha; c) quer pela falta de solidariedade entre países excedentários e países deficitários, onde os primeiros podiam ajudar os segundos, ao implementarem políticas ativas de crescimento. É em épocas de crise que surgem as oportunidades para se melhorar

A questão das listas VIP na administração fiscal

Tem vindo a lume, por parte de funcionários das finanças, a existência de uma lista VIP para efeitos fiscais, ainda que desmentida pelo governo. Ora basta lembrar a questão da igualdade dos cidadãos perante a lei , para a existência de uma lista VIP, violar este princípio ao tratar os cidadãos de forma distinta. Tanto assim é que, que em geral o princípio usado para se fiscalizar é o do sorteio ou o soar de alarmes previamente definidos. Em face destes rumores acho que devia haver uma investigação sobre o assunto , para se apurar da sua veracidade. Por outro lado, coloca-se a questão, a existir, qual o propósito desta lista? Evitar fugas de informação sobre os políticos ? A ser esta a motivação é inaceitável que se um funcionário escrutinar o meu registo não soe o alarme, mas se for o do primeiro ministro, soe o alarme e haja processos disciplinares. Se o objetivo for haver um melhor acompanhamento de certas situações, também acho desnecessário, pois basta criar discrepâncias a pa

A questão dos juros negativos: o contrato foi dar uma volta...

Se um particular falha um contrato com os bancos, eletricidade, televisão por cabo, etc., vai ser obrigado a cumpri-lo ou a pagá-lo como se o tivesse cumprido. Mas se existir uma situação em que por contrato a banca deixa de ganhar dinheiro, arranja-se uma situação para que o contrato não seja cumprido, contra o contratualizado e o funcionamento do mercado, varre-se o risco para Marte . Vem esta introdução a propósito dos contratos de crédito à habitação, em que o spread não cobre os juros negativos da Euribor , neste caso os bancos estão a arranjar estratagemas, com a conivência do BdP, para que os contratos sejam ultrapassados. Vejamos um exemplo, existe um spread de 0,3% e uma Euribor com juros negativos de -0,4%, neste caso contratualmente os juros seriam negativos, ou seja, o banco teria de pagar um juro de 0,1% ao cliente do crédito. Ou seja, o devedor receberia juros, mas continuaria a pagar a amortização do capital. Hoje a Deco levantou esta questão e indigna-se de o BdP anda

A propósito de chinesices.

Neste post não posso deixar de comentar o discurso do candidato da oposição perante a comunidade chinesa em Portugal, quando diz que o país hoje está diferente, em relação a 2011. O problema desta intervenção é a sua incoerência com o discurso da mesma personagem perante os portugueses, as chamadas «portuguesices», em que advoga o contrário, isto é, que o país está pior, na dívida, no emprego e no risco de pobreza. Portanto, como são contraditórias ou são as chinesices ou as portuguesices que estão certas e logo este político ou engana uns ou outros. A novidade deste discurso é que os políticos em campanha costumam ter um único discurso e só o mudam depois do poder ter sido conquistado. Aqui temos a inovação, a de fazer discursos em campanha não coerentes, talvez seja uma nova forma de mostrar a honestidade...