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A mostrar mensagens de junho, 2018

O Sporting e o combate ao populismo

Aparentemente este não é um tema económico, mas tudo o que tem a ver com ideias é um tema de economia política e da democracia. O caso do Sporting é um caso de confronto de ideias porque está em causa o respeito por princípios democráticos de separação de poderes , em que um dos órgãos controla os outros todos, está em causa o respeito pela diferença de pensamento,  está em causa não tratar a diferença com linguagem agressiva . Vejamos cada um destes princípios. O primeiro é que quem governa / gere deve ser um órgão diferente de quem fiscaliza e de quem tem a última palavra e superintende as reuniões de sócios . Este é o velho princípio da separação de poderes que vem desde a revolução francesa. Não faz sentido o governo/gestão nomear a comissão de fiscalização e o órgão que superintende à reunião de sócios. Já faz todo o sentido ser o representante dos sócios a nomear e sempre com carater provisório comissões transitórias que substituam os órgão eleitos e que se demitiram até serem

Política monetária: aproxima-se do fim a política de juros baratos

O banco central Europeu anunciou que a partir de setembro vai acabar com o «quantitative easing», ou seja, acaba com o programa de recompra da dívida pública dos países do euro. Este é um sinal claro que estamos a chegar ao fim das taxas de juro baratas (nulas ou negativas). Contudo foi anunciado que até 2019 as taxas de juro do BCE não serão alteradas, continuando muito baixas. A taxa de juro do BCE é uma taxa diretora, que serve para indicar aos bancos e outros operadores as outras taxas de juro a praticar, como por exemplo a euribor, que é uma taxa determinada pelo mercado em função da taxa de juro do BCE e da oferta e procura de fundos. Estas medidas refletem o aproximar da taxa de inflação do seu objetivo, os 2%, resultado da retoma económica que se vai consolidando na Europa. Consequências destas medidas, a prazo as taxas de juro ativas (dos empréstimos bancários) e passivas (dos depósitos) vão subir . A consequência mais importante para Portugal é que o serviço da dívida públ

A Itália voltou a colocar no debate europeu a questão dos refugiados.

O problema dos refugiados é acima de tudo uma questão humanitária . Se os valores humanitários prevalecerem, tem de haver uma solução para esta questão. A solução de curto prazo é recebê-los, a longo prazo estabilizar as regiões de África de onde são oriundos e promover o desenvolvimento das mesmas. Dito isto, é evidente que este fardo tem recaído sobre os países do sul da Europa, como Itália, Grécia e Malta , porque apesar dos acordos para redistribuir os imigrantes/refugiados, há países que não têm recebido as quotas acordadas, com medo da subida do populismo. Por exemplo a França, só recebeu cerca de 10% do acordado. Falo da França, mas poderia falar de muitos outros países, onde o populismo xenófobo chegou ao governo, ou onde há medo de que chegue. A verdade é que a construção europeia só avança e se reforça com solidariedade entre os países . Ora esta questão dos refugiados exige solidariedade dos países mais longe do mediterrâneo central com os países que recebem os refugiados

A questão dos direitos laborais e o PS

O PS anunciou com estrondo no último Congresso que daria prioridade aos direitos laborais . Mas chegado o momento de apresentar propostas concretas, ainda estamos longe de reverter muitas das políticas da tróica (aplicadas pela coligação PSD/CDS) a favor do capita l, ou seja, temos aqui mais uma confirmação que nestes últimos dois anos de mandato o governo seguirá uma política mais ao centro. Ficaram por reverter as indemnizações aos trabalhadores , que sofreram um corte significativo para facilitar os despedimentos. Está por reverter a extensão da contratação coletiva a todas as empresas, bem como o fim da sua caducidade no seu termo por vontade dos patrões. O banco de hora s vai sofrer uma alteração tímida, passa a ser aplicado a um coletivo de trabalhadores e não a indivíduos, em vez de limites mensais, por exemplo as 15 horas, para evitar o afastamento dos trabalhadores das famílias. Estão também por reverter a redução dos dias de férias e o pagamento de horas extraordinárias e o