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A mostrar mensagens de fevereiro, 2019

De novo o Brexit: a solução é um novo refendo.

À cerca de um mês do fim do prazo para haver acordo sobre o Brexi t, torna-se cada vez mais claro que as dificuldades económicas que derivariam de um Brexit sem acordo para os britânicos está em vias de alterar as posições de alguns políticos abrindo a porta a novo referendo, na medida em que o anterior não esclareceu as consequências do Brexit. O esclarecimento no anterior referendo é a pedra de toque para se equacionar um novo referendo. Um ministro do governo britânico na altura do referendo dizia que o brexit só traia vantagens para os britânico s. Hoje esta informação está amplamente demonstrada como estando errada, logo muitos votaram com base em informações erradas, as chamadas fake news, neste caso produzidas pelo próprio governo. Assim, parece-me evidente que há motivo para se realizar outro referendo, que é a saída política para o impasse político que se vive no parlamento britânico . Agora haverá ampla informação sobre as consequências do Brexit, pois aparecem na imprensa n

A escassez de recursos e o SNS

A escassez de recursos é o principal problema económico: há múltiplas aplicações para recursos escassos . Vejamos agora este problema no âmbito do setor da saúde. Em primeiro lugar é patente que o setor da saúde está com uma prestação insuficiente face à procura por serviços de saúde. Não sou especialista nesta área, mas conheço alguns números que nos devem fazer refletir. Em primeiro lugar ao longo dos 40 anos do SNS os privados têm vindo a conquistar espaço ao público, estando hoje o público com 60% dos cuidados prestados, mas este valor é bastante abaixo do que se passa na Europa, que tem uma média de 85% . Este valor traduz uma política paulatina de passar uma série de cuidados de saúde para o privado, mas financiados por dinheiros públicos . mais uma vez o bloco central tem sido muito amigo da iniciativa privada financiada com dinheiros públicos.  Só a título de exemplo nos serviços de imagiologia há capacidade instalada não aproveitada, mas há cada vez mais outsorcing destes e

A questão do setor financeiro como exceção às normas

Costuma dizer-se que somos todos iguais perante a lei e a vida, aliás um dos princípios da revolução liberal de 1789. Mas se olhamos para o setor financeiro, salta à vista que este é uma exceção: * não vai à falência e todos pagamos os desmandos dos gestores; * os gestores não são responsabilizados e só passados anos é que são denunciados; * os governadores do banco central são inimputáveis , tinham o dever de supervisão, deixarão cair bancos e até foram promovidos; No dia a dia não há dinheiro para satisfazer as reivindicações das classes profissionais mas não falta dinheiro para cobrir as imparidades dos bancos; Banif, Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos. Nós enquanto sociedade temos de mudar esta exceção e tornar este setor equivalente aos outros e deixar de ser uma prateleira dourada para os políticos e elite económica, acima das leis que regem as sociedades. É assustador que em época eleitoral ninguém pegue neste tema e proponha alterações à organização do setor financei

A entrevista do Costa à SIC.

A referência a esta entrevista permite-me enquadrar o futuro da política orçamental em Portugal, numa altura em que se registam desacelerações do crescimento em muitos dos nossos parceiros . Logo Portugal irá também ter uma desaceleração do crescimento económico. Com esta desaceleração vai ser mais difícil gerir a política orçamental. Ora para este ano fala-se que o ministério das finanças criou em 2019 uma almofada financeira de 1.400 mil milhões de euros para lidar com esta desaceleração. Daí Costa ter dito que já previram esta situação na dita entrevista. Mas Costa no seu otimismo adiantou que haverá normalidade salarial em 2020 se esta desaceleração não for significativa. Por  normalidade salarial entende-se a subida de salários com correção da inflação. Sobre a recomposição das carreiras exigidas por professores, médicos, enfermeiros, funcionários judiciais, juízes e outros, nada foi dito, mas estará em cima da mesa, pelo menos por parte dos sindicatos, e se estas expetativas