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A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

Pequenos comentários sobre a Grécia e a retoma portuguesa

Sobre a Grécia as medidas propostas pelos gregos e conhecidas hoje são naturalmente um compromisso que consiga ser aprovado pelo eurogrupo e  sem grandes cedências no programa eleitoral do Syrisa. Como defendi nas negociações ambos os lados têm de fazer cedências . Mas o principal a dizer é que este acordo visou ganhar tempo e a grande batalha terá de ser travada nos próximos 4 meses , pelo que, por enquanto, foi só uma pequena escaramuça. Não posso deixar de reconhecer que o problema grego foi tratado entre políticos e não entre técnicos e esta já é uma vitória grega . Outro comentário a fazer é que com o crescimento de 0.9%, tivemos um acréscimo das importações da ordem dos 30%, segundo dados referentes ao ano de 1914 do BdP. Estes dados vêm reforçar o que aqui já defendi em posts anteriores, ao primeiro sinal de recuperação da procura interna (mérito do TC) a balança comercial se desequilibraria , provando que não houve qualquer alteração estrutural da economia portuguesa e que o

O colapso da estratégia de reforço das exportações como saída da crise

Os dados divulgados recentemente pelo INE colocam as exportações a crescer a uma taxa considerada a pior dos últimos anos, no referente aos bens. Este resultado que o governo procurou desvalorizar, na minha opinião, reflete a recuperação do consumo interno, devido às decisões do Tribunal Constitucional, portanto, ao arrepio da vontade do governo. De facto, alguma produção que estava a ser exportada , foi desviada para responder ao aumento da procura interna, em consequência do crescimento anémico dos nossos parceiros . Por outro lado, as importações também cresceram devido à recuperação do consumo interno . Estes dois factos mostram que o perfil estrutural da economia portuguesa não foi substancialmente alterado , o que impede qualquer euforia governamental. Concluindo, à mínima recuperação do poder de compra interno, as exportações abrandam, com desvio de produção para o consumo interno e voltamos ao desequilíbrio da balança comercial, devido à subida das importações. A estes d

Portugal, país de forcados, porta-se como um amigo do touro no grupo de forcados encabeçados pela Grécia

O debate provocado pela vitória do Syrisa na Grécia, ainda agora começou, nesta fase ainda se apalpa o terreno, ainda que as propostas gregas se vão adaptando aos confrontos de ideias já realizados, Como disse anteriormente, deveria haver negociação, o que parece estar a haver. Nesta negociação as posições em confronto devem ir adaptando-se. Se tal não acontecesse estaríamos no «jogo do medricas» em que vão um contra o outro à espera de ver quem primeiro se desvia, o que parece não ser o caso, se há efetivamente negociação. O mais espantoso deste debate é a posição portuguesa que se coloca à priori contra os gregos, sabendo que se os gregos conseguirem alguma coisa, tal pode beneficiar-nos. A melhor imagem que vi foi a da Grécia na cabeça do touro (austeridade) a tentar domar o animal, sendo nós um forcado que em vez de ajudar o da cabeça do touro faz tudo para que este não tenha êxito (com a devida vénia ao Ricardo dos Gato).