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A mostrar mensagens de outubro, 2016

Este governo podia evitar os erros políticos básicos

Muitas vezes tenho realçado e mesmo apoiado a política deste governo, sou portanto um adepto da geringonça. Mas tenho de reconhecer que certos erros são escusados e demonstram inabilidade política . Ainda que tais erros não levem à queda do governo desgastam-no e por isso seriam escusados, na minha opinião, principalmente num governo minoritário. Vejamos, começando pelo mais grave, a questão do CA da CGD não ser obrigado a cumprir as regras exigidas para os gestores públicos , que levou a uma legislação que cria uma exceção para a mais recente administração. Por de lado a transparência na jóia da coroa das empresas públicas parece-me um tremendo erro político , que está a criar instabilidade na CGD. Não vejo porque houve esta cedência do governo aos administradores, pois os princípios devem estar acima das conjunturas . Inadmissível, espero que esta situação seja revertida na AR, mesmo que com votos da direita e esquerda e mesmo sabendo que o propósito da direita é desestabilizar, ach

Ainda os reflexos do OGE para 2017

Tenho para mim que as negociações ainda vão continuar em sede de votação na especialidade afinando-se algumas propostas do orçamento. Mas em relação às grandes linhas de opção do OGE a oposição e apoiantes parlamentares continuam críticos do crescimento anémico , mas esta crítica não tem a coragem de relacionar este fraco crescimento com as restrições orçamentais e em particular com a renegociação da dívida . Portanto este debate está limitado pelas opções ideológicas dos partidos face à Europa, com a direita a criticar mas sem pôr o dedo na ferida e continuando aquele refrão, portamos-nos mal, logo temos de pagar. A esquerda contra esta argumentação levanta a bandeira da falta de solidariedade e do empobrecimento excessivo  no período da tróica. Por outro lado, continua a discussão em torno do imposto Mortágua, sendo que para uns é mais injusto que o imposto de selo anterior, pois d eixa de se aplicar uma taxa de 1% para se aplicar somente .3% . Ora esta crítica é verdadeira, mas es

O OGE 2017

Finalmente temos o documento deste sexta feira a que acrescentei 3 dias de reflexão. A questão central para um keynesiano é face ao crescimento anémico poder haver uma política expansionista , com duas vertentes, a primeira com impacto sobre o consumo e resultante da envolvente histórica e que seria a reposição de rendimentos. A segunda seria haver um grande esforço de investimento. Ora a primeira existe de forma tímida e a segunda é inexistente . O que limita este exercício orçamental é a necessidade de se cumprirem as regras europeias . Mesmo cumprindo as regras europeias o défice poderia ter ficado mais acima por volta dos 1,8%, o que dava uma folga para se investir mais 0.2% do PIB. Outro constrangimento é a questão da dívida , cujos juros atingem os 4,5% do PIB, pelo que se houvesse uma reestruturação da dívida que permitisse investir mais 2% do PIB seria ótimo, mas reconheço que este cenário não está nas mãos do governo. Sobre os cenários macroeconómicos parecem-me realistas, a

As notícias sobre impostos: balões de ensaio ou arte de adivinhação dos jornalistas.

O episódio da taxa Mortágua, já aqui comentada, não voltou a repetir-se, isto é, não voltaram a acontecer fugas de informação dentro da geringonça sobre o que se negoceia. Mas, os jornais continuam a trazer todos os dias notícias sobre possíveis impostos, como o hipotético aumento do imposto do vinho, que seria equiparado ao da cerveja, a «fat tax»,  o imposto sobre o teor de açúcar das bebidas  e do sal nos snacks, além do imposto sobre o imobiliário e mesmo o mobiliário. Estas notícias serão especulação jornalística (?), reflexo de pressão de grupos de interesse sobre o governo (?) ou tão simplesmente formas de os decisores políticos testarem ideias junto da opinião pública, como insinuou o líder da oposição (?). Qualquer destas hipóteses é possível, não sendo correto só colocar a última hipótese como fez o Passos Coelho, sendo também verossímil que haja grupos que lançam ideias para desviar o foco do governo em certas soluções, tentando apontar outras soluções, bem como um trabal

A entrevista do 1º Ministro ao público

O jornal Público de hoje publica uma entrevista de António Costa um ano após as últimas eleições, ainda que não haja ainda um ano de governo por causa da nomeação do governo de Passos Coelho que viria  a ser chumbado. Da entrevista destaco a separação do curto prazo, resolver problemas urgentes , do longo prazo , a implementação de uma estratégia que resolva os problemas estruturais que afetam Portugal neste século XXI, lembrando que o problema das baixas taxas de crescimento estão presentes durante estes últimos 16 anos. No curto prazo Costa realçou o combate à pobreza através da reposição de rendimentos e da revisão das pensões previstas para 2017 e a resolução dos problemas da banca, que considera terem sido escondidos pelo governo anterior e pela tróica em nome da saí limpa. Sobre os bancos anunciou a resolução do crédito mal parado até ao final do ano, como forma de melhorar o crédito à economia por parte do sistema bancário, além de reafirmar que a Caixa será o único banco 1