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A mostrar mensagens de novembro, 2022

A ultrapassagem de Portugal por outros países da UE.

 Há indicadores conjunturais e há indicadores estruturais e sem dúvida que a observação de Portugal no ranking da UE no que diz respeito ao PIB per capita será um indicador estrutural, que mede a capacidade do país em crescer e melhorar o nível de vida da sua população. Quando somos ultrapassados pela Hungria,  Polónia, Estónia e Lituânia significa que temos andado pior que estes países no desempenho global da economia . CF: https://eco.sapo.pt/2022/03/23/pib-per-capita-em-portugal-e-7o-mais-baixo-da-ue/.Neste momento somos ameaçados pela Roménia, que nos poderá ultrapassar em 1924. O governo não gosta desta comparação, mas ela é mais válida do que a comparação entre o crescimento nos governos do PS e o crescimentos dos governos do PSD, que costuma usar. Neste caso poderemos estar a comparar conjunturas económicas internacionais completamente diferenciadas a nível global, enquanto que quando comparamos o desempenho dos países, a conjuntura económica internacional subjacente é praticame

A independência da política monetária: parte II.

 No debate entre os Costas ressalta que o Costa Carlos alega que a idoneidade não se discute e não é passível de ser traficada. Estou de acordo com esta posição, mas não compreendo como a Isabel dos Santos esteve tanto tempo como administradora de bancos, se não tinha idoneidade! Por outro lado, reconheço que a tradição da relação dos nossos governantes com os reguladores não é transparente, quer porque alguns são antigos ministros, quer porque houve decisões que mostram uma vassalagem aos governos. Logo, estamos perante uma cultura política de subserviência dos reguladores aos governos, o que não me parece saudável. Outro lado interessante desta história tem a ver com o atual governador que quis mudar o sistema de supervisão e de nomeação do governador, quando era ministro, mas quando chega a governador, o PS mete esta proposta na gaveta, o que demonstra que a alteração proposta não era por princípio mas resposta à conjuntura , o que indiretamente mostra que o Carlos Costa era incómod

A independência da política monetária.

 Na arquitetura institucional criou-se uma entidade independente para gerir a política monetária, o Banco Central. A razão de ser desta independência resulta do reconhecimento da importância em combater a inflação, que a partir de certos níveis pode ser um flagelo social, porque perante a inflação há quem consiga repercutir os custos nos preços, portanto, com capacidade de adaptação e de ganho e quem, os que usufruem de rendimentos fixos, saem prejudicados com a mesma, com perda de rendimentos reais.  Os períodos inflacionistas são períodos em que o equilíbrio social até então vigente é alterado, com alteração da repartição do rendimento a favor de quem tem rendimentos variáveis à custa dos usufrutuários dos rendimentos fixos. É esta lembrança dos alemães da sua história no início do século XX que os fazem ferozes defensores da necessidade de combater a inflação para níveis superiores a 2%. A independência da política monetária é assim necessária para garantir que a inflação é combatid