Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2014

Indícios da queda do regime

Os casos BPN, BES, vistos dourados e Sócrates, represem o fim de um regime promíscuo entre as finanaças e a política . A origem de tudo isto está a crise financeira, que mostrou a ganância do mundo finanaceiro, com início em 2008, que trabalhava em regime de auto-regulação e sem rácios prudenciais aceitáveis. Claro que a esta situação não é alheia a ideologia neoliberal e a defesa da intervenção mínima do Estado, isto é do regulador, e no outro lado da moeda a crença na auto regulação dos privados. Esta crise que foi mundial chegou a Portugal com os casos BPN e BES , aqui também com culpa dos reguladores, mas no primeiro caso a promiscuidade, levou a nacionalizar prejuízos dos bancos que deviam pura e simplesmente ter falido. Mas no caso português a promiscuidade política / alta finança, ainda impôs a nacionalização do BPN. Já no caso BES houve outra solução, que ainda pode recair nos contribuintes, mas em menor escala. Mas o fim destas instituições bancárias e o fim do controle do

O caso dos favores fiscais e a idoneidade para se ser Presidente da Comissão Europeia

O Presidente da Comissão Europeia viu a sua credibilidade posta em causa com a denúncia de tratamento fiscal de excepção a grandes multinacionais quando era primeiro-ministro do Luxemburgo. Viu-a porque a ioneidade ética e moral do cargo que exerce é incompatível com situações de favorecimento fiscal , pois terá de impôr regras a outros países quando aparentemente não foi solidário com esses mesmos países quando era primeiro-ministro do Luxemburgo. Parece que esta situação não vai provocar-lhe a demissão ou exoneração, o que vai enfraquecer esta Comissão , o que irá beneficiar os eixos de países que se vão formando, a maioria liderados pela Alemanha. Portanto, perde-se a oportunidade de reverter o que aconteceu com Barroso , um Presidente da Comissão fraco que deu espaço aos grandes países de dominarem a seu belo prazer, criando uma europa pouco solidária, dividida entre Norte e Sul,  porque não houve força política para a Comissão se impôr aos grandes países e pugnar por uma europ

O surto de legionela e o neoliberalismo

O recente surto de legionário é um exemplo da contradição entre a defesa que o neoliberalismo faz do lucro das empresas e o interesse público . Passando a explicar, os neoliberais sempre que podem reduzem os custos das empresas, para estas poderem ter mais lucros e, desta maneira, poderem investir mais e fazer a economia crescer . Esta é a teoria base do liberalismo, deixem o mercado funcionar com o mínimo de intervenção do Estado . Ora, este governo tem seguido esta cartilha, com o cuidar de não a assumir descaradamente, mas subrepticiamente. No ambiente, as regulamentações protetoras da saúde pública têm sido simplificadas ou deixadas ao livre arbítrio das empresas, baseadas na crença de que o mercado sabe auto regular-se. O mais comum, é com a desculpa da crise e a necessidade de reduzir os funcionários públicos, se reduz a atividade inspetiva - é neste argumento que muitas vezes se esconde a ideologia. Ora como a limpeza das torres de refrigeração têm custos, estas são reduzidas

A crise e a ressurreição de Sócrates

A propósito do OGE de 2015, o PS ensaiou a ressurreição do engenheiro Sócrates, como alguém que tudo fez para evitar a intervenção da troica. É claro que o pedido de resgate foi uma solução de último recurso e que se tentou evitá-la com uma solução à espanhola, austeridade sem troica, com as PACs. Também é claro que o PSD desejou a troica para poder passar as medidas impopulares neoliberais que não defendeu na campanha eleitoral, mas depois quis ir mais longe que a troica, o que prova que se aproveitou da crise para impor uma cartilha neoliberal. Até aqui o PS tem razão, mas o Sócrates não deixa de ser culpado, por falta de visão estratégica de um político que estando na UE sabia que tinha de cumprir metas, como os 3% de défice e os 60% de dívida pública. Além do mais défices de dois dígitos e dívida excessiva são indicadores preocupantes com moeda própria e ainda mais sem moeda própria, a não ser que se acreditasse num apoio da UE, e se fosse o caso estamos a falar de ingenuidade.