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A mostrar mensagens de setembro, 2018

O leque salarial e a TSU

Portugal tem um problema de desequilíbrio social , em que uns poucos têm muito e muitos têm pouco. Chegámos a esta situação porque o leque salarial (o salário mais alto a dividir pelo mais baixo) está também muito desequilibrado. Os salários dos gerentes e administradores estão acima das centenas de milhar de euros anuais enquanto um trabalhador na base recebe o salário mínimo cerca 7000€ anuais. O trabalho de Piketty - o capital no século XXI - veio alertar-nos para que a acumulação de riqueza nos mais ricos vai continuar se se mantiver o atual estado de coisas sugerindo-nos o uso do sistema fiscal para se corrigir esta acumulação de riqueza. Nesta perspetiva acho muito interessante a proposta do PS de agravar a TSU para empresas que tenham um leque salarial superior a um certo montante , que na minha opinião deveria ser de 20 no máximo (para começar). Só que eu duvido que esta medida será de aplicação universal, havendo excepções para o setor financeiro, onde costumam estar as ref

O debate sobre as mais valias do imobiliário

Este debate apareceu muito partidarizado na comunicação social e devia ter sido mais técnico, porque tem um problema real subjacente e não tanto político. Na raiz do problema está a subida acentuada do preços das habitações , que começou em Lisboa e no Porto, mas já chegou às cidades do interior e do litoral com ensino superior, como Bragança, Vila Real e Faro. Neste inicio de ano letivo os estudantes do superior queixam-se de quartos caros ou inexistentes, o que mostra que o problema tende a transbordar para para cidades mais pequenas. Depois de anos de crise em que a construção civil abrandou, não só nas obras públicas, mas também para construção de casas, a retoma começou pelas habitações de luxo a reboque dos vistos golden e depois impulsionada pelo turismo, nos últimos 4 anos, principalmente pela reconversão de muitas habitações para alojamentos locais, nova tipologia turística. Com o boom do turismo estas reconversões justificavam-se pelo rendimento que proporcionavam aos seus