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A mostrar mensagens de outubro, 2022

O debate do OGE 2023

O nosso Costa está cada vez mais demagogo, apoiado na sua maioria absoluta, como se pode observar pelas respostas ontem dadas: * a comparação constante com o governo de Passos Coelho, mesmo que já tenham decorrido 8 anos, esquecendo-se de que no tempo de Passos Coelho quando se cortou foi de forma transparente e não camuflado pelo imposto da inflação, logo sem transparência; * truques estatísticos, como no caso do crescimento económico em que compara com a média da UE e não com os países nossos concorrentes diretos, que nos vão ultrapassando no ranking das economias da UE;  * as regras até agora defendidas são alteradas conforme a conveniência: caso das atualizações das pensões e a regra de compensação da inflação do ano anterior; * recusa as comparações que não lhe interessam, como quando o BE comparou os montantes perdidos a partir de 2024 da política de atualização de pensões com as borlas fiscais; * recusa em mexer no sistema fiscal, como no caso de passar a IVA zero o cabaz de ben

A reversão de políticas no Reino Unido

 Foi objeto de post anterior a bazuca do Reino Unido para haver uma política expansionista, quer com corte de impostos quer com aumento de despesa. Como desta política iria resultar num endividamento bastante acrescido, os mercados reagiram provocando uma desvalorização da libra, o que levou a uma compra de libras pelo banco de Inglaterra como contramedida. Ora, esta notícia é importante para realçar que até grandes países são suscetíveis de serem influenciados pelos mercados, levando à demissão do chanceler do tesouro e à reversão de muitas das medidas previstas. Lembro-me do ar irónico do líder da oposição, trabalhista, a enumerar a medidas que se foram (gone), com os opositores a fazerem coro com o «gone». Ligando com a política portuguesa, temos em Portugal uma política restritiva apesar das medidas de apoio às famílias e às empresas, que atingiram os 8 mil milhões de euros, realçou ontem o PM na AR. Mas esqueceu-se de dizer o que foi retirado à economia devido ao imposto escondido

OG 2023

Já se começam a conhecer as medidas prevista no OGE para 2023. * Há aumento nominal dos salários que, acompanha a inflação, para os salários mais baixos. Mas não há ganhos do poder de compra. Bem como do IAS. * Há perda de poder de compra, com os salários nominais a subir menos do que a inflação para os trabalhadores que recebem acima de 1000€. * Há uma subida da atualização dos escalões do IRS abaixo da inflação o que significa uma subida real deste imposto, exceto no segundo escalão que desce a taxa marginal de 23 para 21%, a que se junta a subida dos impostos indiretos por via do efeito da inflação. O governo não altera substancialmente a estrutura fiscal, tirando a descida do escalão da luz que pagava 13% e agora paga 6%, quando se justificava que alguns bens essenciais pagassem menos impostos. * Há também uma medida para via subsídios se controlar a despesa energética, no valor de 3 mil milhões de euros. Esta medida pode ser discutida se teria mais impacto se atuasse via redução d

O caso britânico: exemplo de políticas orçamentais que anulam a política monetária

 Nos últimos posts temos vindo a debater o impacto da política monetária, com os seus efeitos contracionistas devido à subida das taxas de juro, e como articular com a política orçamental e fiscal, quando se produz um superavit, como em Portugal, o que reforça o efeito contracionista da subida das taxas de juro.  Trazemos agora o caso britânico, que em conjunto com uma subida dos juros, tem uma política orçamental expansionista que mais do que contrabalançou o efeito da política monetária. Estamos perante um pacote de cerca de 80 mil milhões de euros, com apoio às famílias e empresas, com ajuda na fatura energética, baixa de impostos, com um vigoroso choque fiscal.  Ora no caso português defendíamos que podia haver défice orçamental, mas dentro dos 3%, na Inglaterra temos um défice muito mais acentuado, que levou a que os mercados financeiros deixassem de confiar na libra (esta diferença de ter moeda própria concede um grau maior de liberdade com a manipulação da política cambial), o q