Da crise do sub-prime à crise mundial

A crise a nível mundial é um facto e parece estar a atingir em força o sistema financeiro.
Claro que se o sistema financeiro é atingido mais cedo ou mais tarde vai atingir o sistema real devido ao efeito da subida das taxas de juro no investimento e no consumo, além de que parte dos recursos do Estado estando a ser utilizados no combate à crise não podem ser usados para promover o investimento público.
Nas soluções para combater a crise para mim faz todo o sentido responsabilizar os gestores que ajudaram a que esta crise existisse, aqueles da versão alentejana que introduziram o livro de fiados da tasca do Zé como produto financeiro (ver na blogosfera a versão alentejana da crise).
Se temos de expurgar o sistema dos produtos tóxicos com dinheiro de todos ao menos que se expurguem também os intoxicadores, os que foram responsáveis pelo actual estado de coisas.
Neste sentido parece-me importante a opinião de um bispo sobre a imoralidade dessa gente que tem salários chorudos e ainda estraga a vida a todos. Se a mão invisível não os tocar sejamos nós a exigir o seu afastamento. Só cito o bispo porque a grande maioria dos portugueses é católica e se ele o diz talvez a mensagem passe ...
A atribuição do prémio Nobel a Paul Krugman parece-me um sinal de que além de se afastarem os responsáveis, a visão estratégica da política económica também vai mudar, com alguém a reconhecer a necessidade de protecção do Estado em muitas àreas da economia, mesmo na fase de globalização. O deus mercado é substituído por um mercado pecador que se tem de pôr a fazer penitência quando peca. Para isso é preciso uma regulação atenta e não deixar o mercado fazer tudo, até porque depois esses liberais passam a defender que os lucros são privados e os prejuízos públicos.

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