Nova recessão e a traição da Alemanha

Os números do 4º trimestre de 2010 mostram que entrámos em recessão técnica resultado das medidas restritivas da procura interna, não compensadas pela subida proporcional ou mais do que proporcional das exportações. Esta situação já era esperada, mesmo que negada pelo governo.
Só que este dado veio agitar os mercados e com a traição da Alemanha em relação ao fundo de apoio, que não se vai concretizar a curto prazo, as taxas de juro voltaram para níveis incomportáveis e cada vez mais se coloca novamente o recurso à ajuda do FMI. Portanto, a pressão sobre a dívida soberana continua em alta e nada parece acalmar os mercados ou como alguém disse estamos entregues aos especuladores.
Por outro lado, o governo perdeu a iniciativa política, parece desorientado e sem soluções, limitando-se a apagar os fogos. Claro que o governo ainda pode fazer mais, como por exemplo a reforma dos institutos e fundações financiados pelo Estado, que nunca mais arranca. É esta paralisia, por fraqueza política ou de conflito de interesses, porque tais institutos são as recompensas douradas dos boys, que está a agravar a situação, porque a recessão era previsível e a Alemanha já deu mostrar de não responder ao choradinho do Sócrates ...

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