O acordo com a troica.

É sem dúvida exigente, mas para além da parte orçamental, a que se restringia o PEC4, aparecem medidas de fundo e a preocupação em acabar com as gorduras do Estado. Quanto às medidas de fundo, parece-me importante a preocupação com a competitividade, mas na minha óptica essa competitividade deveria ser selectiva, penalizando os sectores não concorrenciais, bem como os sectores que só produzem para o mercado interno.
Continua a defender o sector bancário e a não descriminar positivamente os sectores com tecnologia de ponta.
Na parte fiscal continua a pedir sacrifícios às mesmas pessoas mantendo-se o tabu em tributar as mais valias bolsistas e em ser mais rigoroso com o imobiliário.
Mas o seu grande problema é a taxa de juro média ser penalizadora para um país que, como consequência das medidas previstas vai estar em recessão durante dois anos.
Podemos atenuar esta taxa de juro se a inflação continuar a subir o que fará descer o juro real, mas ao mesmo tempo agravará o nível de vida dos mais pobres se não houver correcção da inflação. Por outro lado, com a inflação mais alta estaremos a desvalorizar os custos salariais. Pode ser que seja este cenário que está por de trás deste ajustamento, como é tradição dos acordos com o FMI anteriores que provocava uma descida do poder de compra e dos custos salariais com a subida da inflação sem que esta fosse corrigida.

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