O erro fulcral dos governos Sócrates

O erro fulcral dos governos Sócrates foi aplicar políticas keynesianas, aumentando a despesa do Estado, em épocas de crise, a partir de uma situação em que o país já estava muito endividado, logo sem margem de manobra para gastos adicionais e com a eficácia marginal desses gastos em queda acentuada, numa sitação de moeda única que exige rigor financeiro.
Todos sabemos que as políticas keynesianas deram resultados positivos nos anos trinta, quando os Estados não tinham défices e predominava a visão do Estado liberal, ou de Estado mínimo.
Aplicá-las com elevados gastos do Estado e já com crescimento económico muito fraco, apesar do enorme volume de obras públicas, o que evidencia o decréscimo da utilidade marginal desses gastos como factor impulsionador do crescimento económico, foi um erro monumental, que só agravou o défice e agravou o endividamento, levando o país para uma situação de protectorado.
Esta é uma poderosa lição das limitações das ideologias, que dependem das situações económicas concretas, para que se possam aplicar. Sócrates estudou a cartilha, propagandeou-a com eficácia, mas ignorou o contexto, que era diferente de quando a cartilha foi um sucesso.
Ele pagou agora politicamente, mas infelizmente arrastou-nos para sacrifícios muito pesados.

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