A batalha europeia: por uma austeridade mais gradual

A batalha europeia, por uma austeridade mais gradual que permita evitar a perda de menos tecido produtivo, trava-se na Espanha. Não tendo a Espanha um resgate não deixa de ter de reduzir o seu défice e cumprir os 3% do PIB de limite do défice. Mas, com já tem uma taxa de desemprego de 24%, o governo não pode arriscar as receitas de austeridade seguidas em outros países europeus e fazer o ajustamento em 2 anos, sob pena de fazer disparar o desemprego e entrar em convulsão social (a recente greve geral foi um sério aviso). O governo procura assim enfrentar os arautos da austeridade da Comissão para que possa sobreviver e contrapôs um ciclo de ajustamento mais longo e suave ao sugerido pela comissão europeia.
Outra batalha na Europa trava-se em França, esta é a batalha pelos Eurobonds, em que Sarkozy defende a linha dura dos financeiros e Hollande aparece como representante de uma arquitectura europeia financeira mais flexível, em que caiba e seja possível a emissão de eurobonds para financiar investimento por parte dos estados membros. Para mim a concorrência do euro ao dólar passa por ser permitida a emissão de eurobonds, desde que limitada a uma parte do produto dos países, podendo ser esta emissão relacionada com o investimento, seguindo critérios estabelecidos para toda a eurolândia. Claro que se deverá discutir o tipo de investimento elegível, tendo presente o erro da estratégia portuguesa de repetir o mesmo tipo de investimento ao longo de várias décadas, levando à queda da produtividade marginal desse tipo de investimento.

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