A independência da política monetária: parte II.

 No debate entre os Costas ressalta que o Costa Carlos alega que a idoneidade não se discute e não é passível de ser traficada. Estou de acordo com esta posição, mas não compreendo como a Isabel dos Santos esteve tanto tempo como administradora de bancos, se não tinha idoneidade!

Por outro lado, reconheço que a tradição da relação dos nossos governantes com os reguladores não é transparente, quer porque alguns são antigos ministros, quer porque houve decisões que mostram uma vassalagem aos governos. Logo, estamos perante uma cultura política de subserviência dos reguladores aos governos, o que não me parece saudável.

Outro lado interessante desta história tem a ver com o atual governador que quis mudar o sistema de supervisão e de nomeação do governador, quando era ministro, mas quando chega a governador, o PS mete esta proposta na gaveta, o que demonstra que a alteração proposta não era por princípio mas resposta à conjuntura, o que indiretamente mostra que o Carlos Costa era incómodo para o governo.

A solidez democrática das instituições exige que se há instituições que devem ser independentes é fundamental que a forma de nomeação garanta essa independência e como já referi este tema devia a estar na ordem do dia da revisão constitucional, não estando parece que os partidos do poder, só usam esta questão como arma de arremesso político, mas na hora de alterar o status quo, não há propostas, o que prova que estão satisfeitos com a possibilidade de influenciar decisivamente a escolha dos reguladores.

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