A globalização e a supervisão

O mundo globalizado coloca desafios maiores à supervisão, porque é mais fácil esconder «os pagamentos por fora», nos paraísos fiscais ...
A escala nacional está a perder capacidade de resposta aos problemas glolais, assim torna-se absolutamente imprescindível avançar para uma supervisão global, mas esta não pode deixar de fora os tais paraísos fiscais.
A crise veio tornar visível esta necessidade e aumentar a coragem de alguns governantes para se caminhar nesse sentido. A última reunião dos G20 deu passos tímidos, mas deu, nesse sentido. Cá está a velha teoria que as crises geram novas oportunidades de se avançar. Para já só se fala em coordenação das supervisões.
Estou convencido que o facto de Obama ainda não ser presidente também levou a adiar as decisões, para além da declaração de princípios, para mais tarde, pelo menos assim o espero e estou convencido que lá para a Primavera teremos mais novidades.
Mas nada disto explica o caso BPN, porque, percebe-se agora, que já andava no ar o cheiro a fumo, que o BdP não pode ou quis investigar, ou porque tinha só 60 técnicos, ou porque não considerou o caso prioritário, ou porque assobiou para o lado. Agora só tem de assumir a responsabilidade: o Coelho também se demitiu com a queda da ponte, mesmo podendo não ter nada a ver com ela, mas teve responsabilidade política e assumiu-a. O Constâncio prefere manter mais uns tempos as mordomias ...
De qualquer maneira a supervisão nacional ainda é necessária e continua a ser fundamental para se detectar precocemente os problemas, e estar-se entre 2001 e 2008 sem nada acontecer é inadmissível e um falhanço estrondoso da supervisão, que se não fosse a crise a pôr os problemas de liquidez a nu, tudo continuaria na paz do senhor, com o Bdp assobiar para o lado e os seus gestores continuariam a ganhar ordenados chorudos, sem nada fazerem.
Esta gente não tem moral para pedir a avaliação de ninguém quando se avaliam desta maneira ...

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