A CRISE JÁ COMEÇOU PARA O GOVERNO

Depois da fase do oásis, parece que a crise começou para o governo: vamos ter um ano de 2009 difícil, Sócrates dixit.
Assim, surge a preocupação com o emprego, o novo pacote de medidas está mais virado para o desemprego, o défice vai chegar aos 3%, há uma maior preocupação com a arraia míuda e não com os grandes negócios - leia-se grandes projectos e apoio aos bancos -, indo-se ao encontro da filosofia do PSD de combate à crise, que passava pela aposta em pequenas obras de impacto mais local - caso das obras nas escolas.
O que fez virar o governo para um discurso mais realista e para medidas centradas nos desempregados e pequenas e médias empresas?
Julgo que a revolta da esquerda do PS com o pendor de centro direita deste governo, chamou a atenção para uma mudança de política, de que a revolta dos professores foi um primeiro sinal. Estou a falar das tomadas de posição do Manuel Alegre e das sondagens que davam à esquerda mais de 20% dos votos, dando sinais a Sócrates que a perda da maioria absoluta se faria pelo reforço da votação nas esquerdas, tendo o PS deixado de ser uma hipótese de votação de esquerda sem o Manuel Alegre.
Nesta conjuntura a mudança de discurso e de política tornava-se uma necessidade, para responder a esta revolta da esquerda contra um partido dito de esquerda que se tornou de facto na prática de centro / direita.

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