Chumbar ou deixar passar o OGE?

Depois do que escrevi nos últimos postes sobre as medidas previstas nos PEC anteriores, agravadas pelo mais recente PEC (de Outubro) que continua a sacrificar os mesmos e a tomar medidas imediatas para responder à conjuntura sem que qualquer medida estrutural seja anunciada, ou seja continuamos a navegar à vista e reactivamente, o mais natural era haver uma defesa da reprovação do orçamento no dia 29 de Outubro, data prevista para a sua votação.
Contudo, o impasse constitucional que não permite haver eleições a curto prazo e o agravamento da leitura dos mercados da situação portuguesa vêm condicionar a minha apreciação. Assim, deve haver negociação política para o orçamento passar tendo como contrapartida o acordar-se eleições para Maio. Assim , o governo não teria de fugir à sua responsabilidade na actual situação e prestaria contas ao eleitorado português no momento mais oportuno sem pôr em causa a passagem de um orçamento, mesmo que mau, para aplacar a ira dos mercados. Isto parece fácil de dizer, mais difícil será de concretizar, com as características de personalidade do 1º ministro e os anticorpos que cria ao desrespeitar a oposição. Mas no meu entender este deve ser o sacrifício que todos devem fazer em nome da nação.
Por outro lado é imperioso os vencedores das próximas eleições deixarem claro as suas alianças preferênciais para formarem governo, caso haja nova maioria relativa.

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