O colapso da estratégia de reforço das exportações como saída da crise

Os dados divulgados recentemente pelo INE colocam as exportações a crescer a uma taxa considerada a pior dos últimos anos, no referente aos bens.
Este resultado que o governo procurou desvalorizar, na minha opinião, reflete a recuperação do consumo interno, devido às decisões do Tribunal Constitucional, portanto, ao arrepio da vontade do governo. De facto, alguma produção que estava a ser exportada, foi desviada para responder ao aumento da procura interna, em consequência do crescimento anémico dos nossos parceiros.
Por outro lado, as importações também cresceram devido à recuperação do consumo interno.
Estes dois factos mostram que o perfil estrutural da economia portuguesa não foi substancialmente alterado, o que impede qualquer euforia governamental.
Concluindo, à mínima recuperação do poder de compra interno, as exportações abrandam, com desvio de produção para o consumo interno e voltamos ao desequilíbrio da balança comercial, devido à subida das importações.
A estes dados temos de juntar as dificuldades de continuar a exportar para Angola, devido à descida do preço do petróleo e à crise que este facto criou, que reflete uma conjuntura excecional. Portanto, continuamos com os mesmos problemas estruturais sempre que há recuperação da procura interna.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Vantagens e desvantagens do FMI

A conflitualidade de objetivos de política económica

A minha experiência com a estomatologia (análise económica).