Pequenos comentários sobre a Grécia e a retoma portuguesa

Sobre a Grécia as medidas propostas pelos gregos e conhecidas hoje são naturalmente um compromisso que consiga ser aprovado pelo eurogrupo e  sem grandes cedências no programa eleitoral do Syrisa. Como defendi nas negociações ambos os lados têm de fazer cedências. Mas o principal a dizer é que este acordo visou ganhar tempo e a grande batalha terá de ser travada nos próximos 4 meses, pelo que, por enquanto, foi só uma pequena escaramuça. Não posso deixar de reconhecer que o problema grego foi tratado entre políticos e não entre técnicos e esta já é uma vitória grega.
Outro comentário a fazer é que com o crescimento de 0.9%, tivemos um acréscimo das importações da ordem dos 30%, segundo dados referentes ao ano de 1914 do BdP. Estes dados vêm reforçar o que aqui já defendi em posts anteriores, ao primeiro sinal de recuperação da procura interna (mérito do TC) a balança comercial se desequilibraria, provando que não houve qualquer alteração estrutural da economia portuguesa e que os resultados obtidos são consequência da austeridade e não houve reformas estruturais.
Sobre a posição portuguesa sobre a Grécia foi confrangedora a ministra das finanças sujeitar-se a ser um exemplo positivo da política de austeridade ao lado do seu homólogo alemão, quando tudo aponta para o fracasso deste programa de ajustamento uma vez iniciada a retoma, pois as reformas de fundo ficaram por fazer.

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