A necessidade de garantir um défice abaixo dos 3% com uma expansão da procura interna

O desafio deste novo governo é manter um défice abaixo dos 3% com uma política expansionista do lado da procura, que beneficie os mais baixos rendimentos, para que o défice com o exterior não se agrave.
Vejamos a questão do défice, como keynesiano sou favorável à utilização défice orçamental como alavanca para o crescimento económico, mas reconheço que a nossa elevada dívida e o problema do equilíbrio externo apontam para que neste momento seja prioritário cumprir-se esta meta e criarem-se condições para que se possa usar no futuro a política orçamental como alavanca do crescimento, o que significa ir-se reduzindo o défice para no futuro e quando necessário haver possibilidade de se usar a política orçamental, com estímulos de 1 a 2% do PIB.
Mas se neste momento não podemos fazer muito do lado da despesa, será que nada se pode fazer para estimular a economia? A resposta é usar uma política redistribuitiva que favoreça os mais pobres, para estes aumentarem o consumo, principalmente de bens nacionais. Assim, surge como prioridade o aumento do salário mínimo nacional, que dará também indicações às empresas de que devem apostar na inovação tecnológica e não em baixos salários. No Estado, reduzir impostos, como a sobretaxa para os mais baixos rendimentos e melhorar as prestações sociais para quem não tem rendimentos dignos.
A política expansionista nesta fase será virada somente para os níveis mais baixos de rendimentos, para não se alterarem os equilíbrios necessários do orçamento e da balança com o exterior.

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