A propósito do novo governo

Sou apoiante do novo governo, quer porque votei num dos partidos, ainda que não o que governa, quer porque concordo com a mudança de política.
Desde logo o novo papel concedido ao trabalho, como um elemento central na competitividade económica, o que não é compatível com baixos salários e precariedade no emprego. O anúncio de maior fiscalização das condições de trabalho agrada-me. A passagem de uma economia baseada em mão de obra barata e precária para uma economia baseada em conhecimento e recursos humanos qualificados é essencial para aumentar a nossa competitividade.
Outro aspeto que gostaria de realçar é a questão do respeito pelos direitos e primado da lei. Ora no governo de direita só os direitos do capital eram salvaguardados. No novo governo os direitos do trabalho também passam a ser intocáveis. Explicando melhor, o anterior governo mandou às ortigas os direitos das pensões, condicionou a contratação coletiva, não respeitou os direitos salariais em vigor, cortando pensões, salários e prestações sociais. Mas nos direitos do capital, alguns contratos com condições leoninas, não foram postos em causa. Esta dupla política de direitos favorecia o capital. Agora o novo governo tem o discurso de que direitos são direitos e são respeitáveis tanto os do trabalho como os do capital.
Basta-me estas duas mudanças para ter fé no novo governo.

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