O BCE passou da bazuca para o canhão para matar a deflação.

As recentes medidas do BCE, baixa da taxa diretora dos juros, extensão do equitative easing às obrigações de certas empresas mostra que o perigo de deflação se agravou na zona euro, fruto de políticas de austeridade e da descida de preço dos combustíveis que vieram trazer mais pressão para a descida dos preços.
Estando também em execução o plano de estímulo da comissão ao investimento, mas de impacto a mais longo prazo e de efeitos pouco significativos, coube ao banco central afinar os seus instrumentos de intervenção, descendo os juros e aumentando as compras de títulos de dívida, agora englobando as empresas, como forma de aumentar a injeção de moeda na economia.
Ora, enquanto os outros órgãos da UE reagem mais lentamente às necessidades da economia devido à necessidade de consensos e também porque prisioneiros da ideologia da austeridade a todo o custo, só o BCE parece reagir a tempo e horas aos desafios macroeconómicos, neste caso ao risco de deflação.
A questão é saber se só estas medidas do BCE são suficientes, ou se precisam de ser apoiadas por uma política orçamental e fiscal, como acontecia nas depressões graves?
Estando estas medidas em execução há já alguns meses parece que cada vez mais se torna evidente a necessidade de serem complementadas com o apoio das políticas orçamentais, pelo menos para acelerar o combate à deflação, mas parece não haver consenso para as pôr em prática.

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