Quando a política se sobrepõe à economia: o caso de Centeno

Estas últimas semanas temos assistido a um ataque feroz contra o ministro Centeno, por causa de problemas éticos, relacionados com o facto se mentiu ou não em sede de comissão da AR.
Como já defendi o governo andou mal no processo da Caixa, no que se refere à exceção aberta para os salários e à tentativa de eliminar a entrega de declaração de rendimentos ao TC. Foi uma trapalhada evitável, uma vez que não se justifica uma exceção para a Caixa, na entrega de declarações e também em termos de rendimentos (não nos esqueçamos que ainda estamos a fazer sacrifícios, com salários congelados na administração pública).
Dito isto acho que este aspeto político está a ser usado pela oposição para abafar os sucessos económicos do governo: a subida do crescimento económico no último trimestre que levou a rever em alta o resultado de 2016, superando todas as previsões e a baixa do défice para cerca de 2% afastando os procedimentos por défice excessivo.
Quem não tem argumentos económicos para contrapor ao sucesso deste governo na área económica procura explorar um aspeto político ligado à ética como forma de se discutir o acessório e não o essencial. Esta estratégia da oposição só foi possível porque o governo se pôs a jeito com a sua trapalhada na Caixa, estando a aproveitar um erro.
Concluindo, acompanho o PR, dando uma reprimenda ao ministro, mas realçando o seu contributo positivo para a situação económica. Temos um aspeto positivo que se sobrepõe ao aspeto negativo, que existiu e não foi uma mera trica!

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