VÊM TEMPOS DE APERTO DE CINTO, FALTA SABER QUANDO

1. Lembrar a encenação Sócrates/Constâncio com o défice deixado por Santana Lopes quando o défice era só de cerca de 6%, para preparar os portugueses para o apertar do cinto, leia-se, aumento de impostos e redução de rendimentos futuros, segurança social, e de certas classes profissionais, professores.
2. Novo governo Sócrates, défice de 8% e endividamento a derrapar. O défice é necessário no combate à crise, o que significa que por agora nada há a fazer, mas no futuro ter-se-á de apertar o cinto, de preferência após novas eleições para o governo não ser penalizado.
3. O Constâncio acostomou-se a preparar os portugueses para a desgraça e insinuou aumento dos impostos, sem consultar o aliado que o manteve depois de todas as falhas de supervisão e agora de previsão, pois, nada disse antes das eleições sobre estas previsões que a UE já divulgara. Caro economista de prestígio, só quando olhas para o teu umbigo, vai para o BCE, que aqui já não tens credibilidade, que é o pior que se pode dizer de um governador do Banco Central.
4. A questão é que vai haver novo aperto de cinto, pois o défice tem de voltar a estar abaixo dos 3%, e quanto mais tarde se fizer o ajustamento mais ele vai doer, tanto mais que não há boas previsões, leia-se crescimento acima da média da UE, para a economia portuguesa. Falta saber quando e não deverá ser antes das Presidenciais, pelo que no próximo ano nada vai acontecer. Depois este governo já não tem credibilidade para executar novo ajustamento, porque se especializou em orçamentos «redistribuitivos» a favor do sistema financeiro, em prejuízo dos funcionários públicos, dos reformado, etc.
5. Concluindo, estamos em campanha eleitoral permanente, as reformas estão paradas, a correcção do défice aguarda oportunidade de calendário político/eleitoral, numa palavra estamos em gestão corrente, a aguardar por uma clarificação política.
6. Entretanto a corrupção vai sofrendo alguns golpes, Sócrates luta por se manter à tona de água, sendo cada vez mais os casos em que aparece relacionado, casas da Guarda, aterro da Covilhã, Feeport, Jornal da TVI, publicidade no Sol, Armando Vara e Penedos. Com tudo isto o essencial da intervenção económica vai sendo adiado e a maioria da Assembleia da República vai corrigindo o mais negativo, como o caso dos contendores, mas não tem capacidade de intervir pela positiva. Estão criadas as condições para aparecer um messias, só espero que mantenha o sistema democrático e actue na economia, emagrecendo o Estado, para dar liberdade à iniciativa empresarial concorrencial, a monopolística tanto faz estar no Estado como fora dele, que também é uma forma de combater a corrupção.

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