O Sócrates cedeu...

Cedeu nas obras públicas com o congelamento da 3ª ponte e do novo aeroporto, o que justifica pela dificuldade em haver financiamentos externos, como o Presidente do BES veio anunciar. Devo salientar que as pressões externas, dizem do Sarkozy, também ajudaram. Esta cedência é mais reactiva que alteração da maneira de pensar, ou seja, o Sócrates continua a ser teimoso e pouco capaz de ler a conjuntura económica e portanto sem capacidade de liderar.
Por outro lado vai introduzir cortes no défice mais ambiciosos, mais 1% este ano e mais 1,5% para o ano, mas além de não se concentrar nas despesas fala-se já em aumentar o IVA e num imposto especial sobre os salários (talvez uma redução do subsídio de Natal em 20%). Aqui põe-se um problema de coerência com as promessas eleitorais, a aposta nas mesmas soluções do mandato anterior, e a falta de coragem para cortar as gorduras. Para mim o mais grave destas opções é o adiar da redução da despesa superflua do Estado, depois é fazer os trabalhadores pagarem a crise, pelo que apoio as propostas alternativas do BE de tributar os bancos à taxa normal, acabando com as benesses, tributar os prémios, etc. Mas o mais importante é a reforma dos Ministérios e Institutos Públicos, ensaiada pelo anterior Ministro das Finanças, Campos Cunha, mas que não passou do papel. É esta coragem política e raça de estadista que os líderes devem ter e que tem faltado ao actual governo que se limita a reagir surfando ao sabor das pressões ...

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