A austeridade continua a ganhar ao cresimento

A notícia de ontem é que Portugal voltou aos mercados com a venda de 2,5 milhões de euros em obrigações a 5 anos. Esta é uma notícia interessante do ponto de vista de financiamento da economia, porque com a baixa das taxas de juro na dívida soberana poderá verificar-se uma restruturação das aplicações bancárias, com o desfazer-se de títulos de soberania ( que deixam de ser rentáveis) e o regresso da concessão de mais crédito à economia real. Só se este fato se verificar é que a notícia interessante se torna boa.
Também esperemos que o governo passe a ter margem de manobra para olhar o crescimento, que é o que tem faltado à política deste governo. Aqui, vou ser pessimista, o défice ainda está elevado nos 5%, sendo este valor artificial, pois, mais uma vez, se recorreu a receitas estraordinárias, pelo que nos espera um ajustamento de 3 a 3,5% do PIB, no próximo ano, o que não deve dar margem de manobra para pensar-se em crescimento.
Por outro lado, a estratégia de aproveitar os fundos comunitários com o tal banco de desenvolvimento, que os alemães nos estão a ajudar a criar, está a ter um parto difícil e a atrasar a implementação desta estratégia, ou seja, resta aproveitar as receitas da UE para dinamizar a economia, mas os preparativos estão a prolongar-se no tempo e o programa ainda não arrancou.
Concluindo, a austeridade continua a ganhar ao crescimento, ou seja, alguns setores da economia continuam a definhar com a dose de austeridade, e nada se faz de relevante para promover o crescimento.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Vantagens e desvantagens do FMI

A conflitualidade de objetivos de política económica

A minha experiência com a estomatologia (análise económica).