O circulo vicioso depressivo

A grande notícia do dia é o relatório do FMI sobre onde cortar 4.000 milhões. Estas medidas atingem severamente os funcionários públicos e os pensionistas, bem como os acessos às reformas. Além disso aparece novamente o discursos dos grupos priveligiados a saber professores, médicos, funcionários da justiça e das forças de segurança. O setor mais atingido será o da educação, onde se propõe uma mudança de paradigma com o fim da escola inclusiva e o regresso à escola elitista.
Mas do ponto de vista económico se dúvidas houvessem, mesmo com os desmentidos do 1º Ministro, estamos perante cortes da despesa que só podem provocar uma espiral recessiva, pois acrescenta mais recessão à recessão existente.
Estas propostas assumem a virtuosidade do modelo neoliberal, o que não está provado, com o incentivo à privatização no seio da educação. Claro que nada é assumido com clareza, 1º degrada-se o público, para depois aparecerem as soluções privadas como salvadoras, tudo isto com legitimação externa, neste caso o relatório do FMI.
Na saúde não mexem muito, pois deve ter sido considerado um setor socialmente mais perigoso de se fazerem mudanças, na medida em que as populações seriam mais duramente atingidas, enquanto na educação atinge-se extratos menores da população, os que têm filhos em idade escolar.
Mais uma vez nada se diz sobre as PPP, ou seja, o capital não terá sacrifícios a fazer.
No caso dos cortes também se procura diabolizar os funcionários públicos em relação ao setor privado, seguindo a lógica de dividir para reinar.
Mas os resultados disto será sempre o agravar-se da espiral recessiva e falta de crescimento económico até 2016, o que põe em causa a reeleição deste governo. Ora, o medo de perder as eleições de alguns sociais democratas faz com que já peçam a demissão do Moedas.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Vantagens e desvantagens do FMI

A conflitualidade de objetivos de política económica

A minha experiência com a estomatologia (análise económica).