A Comissão Europeia e o plano de investimento de 300 biliões de euros

No meio da atual crise económica, com a Europa com crescimento anémico e risco de delação, além de uma injeção de dinheiro, por parte do BCE, surge agora a Comissão com um plano de crescimento que aborda a crise numa perspetiva mais correta, a necessidade de mais investimento, pelo que propõe um investimento de cerca de 300 biliões de euros.
Esta alteração de política parece-me correta, depois de um tempo para haver correções dos desequilíbrios, importa começar a ter-se uma atitude pró-ativa, depois da fase reativa. Esta é uma perspetiva Keynesiana em que se reconhece a necessidade dos poderes públicos terem uma ação de estímulo da economia, com mais investimento, em períodos de recessão económica - daí Keynes ser chamado o economista das crises.
Esta atitude, contudo, não devia ser só da Comissão, neste caso da nova comissão, mas também dos países sem desequilíbrios e com margem de manobra, em termos de rácios, para terem uma política expansionista, que arrastaria os outros países, o chamado efeito locomotiva, mas infelizmente não temos este nível de solidariedade europeia, pelo que ainda bem que a Comissão o faz.
Quero também realçar que estes investimentos se têm um impulso do setor público, esperam uma participação do setor privado que deverá financiar cerca de 90% deste programa, pelo que esta é uma política Keynesiana, no reconhecimento da necessidade de intervenção do setor público no acelerar da saída da crise, mas adaptada a uma Europa ideológica mais defensora da iniciativa privada e preocupada com rácios prudenciais nos Estados nação. Claro que este peso do setor privado pode poder em risco todo o programa, mas pelo menos temos uma Comissão com iniciativa.

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