A estratégia do PS: um pouco de economia política

Costa está a gerir com pinças as mensagens que quer dar aos diferentes eleitorados.
 Para o centro apresentou um cenário macro económico que não fala da dívida, assunto tabu, para não assustar o centro. Para o centro as metas são quantitativamente diferentes das do governo, veja-se post anterior, mas a estratégia é a de acomodar as exigências de membro da UE, tal como o governo faz, logo sem divergências qualitativas.
Por outro lado aparece ao lado de Piketty, que defende que o principal da problema é a questão da dívida, além de ser um economista com uma análise de esquerda a favor de uma melhor repartição do rendimento e proponente de impostos sobre a riqueza, como o imposto sucessório que aparece nas propostas do PS. Aqui estamos perante uma linguagem (imagem) que se distancia do centro e pisca o olho à esquerda. Mas os compromissos são assumidos claramente com o centro e para a esquerda não há propostas claras, somente insinuações. Além disso, temos outra mensagem para a esquerda, com a promessa de apoio a um candidato presidencial com um discurso que quer fazer o pleno da esquerda, Sampaio da Nóvoa.
Concluindo, no concreto agrada-se ao centro, com o cenário macroeconómico apresentado, mas por outro lado, aparecendo ao lado de Piketty e com o apoio, ainda não expresso, mas camuflado por intermédio de terceiros, procura-se abrir janelas para os eleitores de esquerda.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Vantagens e desvantagens do FMI

A conflitualidade de objetivos de política económica

A minha experiência com a estomatologia (análise económica).