Por estes dias só há elogios ao desempenho económico

O clima de pré campanha já está no ar, os partidos do governo - também o PR no 10/06 - embandeiram em arco com alguns resultados económicos, como a descida do desemprego, o crescimento das exportações perto dos 10%. Parece que vivemos num oásis em que já se cresce mais do que Europa e importa impedir que a oposição ponha em causa este sucesso.
Mas os resultados económicos que melhoraram não deixam de ter no ar algumas ameaças, desde logo o crescimento acima das exportações das importações, que o Passos tentou explicar como importações que depois vão originar exportações, explicação bastante insuficiente. Além disso o modelo estrutural de que logo que haja acréscimo dos consumos teremos problemas na balança comercial mantém-se o que demonstra uma pouca transformação estrutural. Além de que não é desprezível o efeito desvalorização do euro, que é mérito do BCE e não do governo.
 A melhoria no mercado de trabalho é feita à custa de trabalho precário e salários mais baixos. Por outro lado a esta melhoria económica parece não corresponder uma melhoria social, com as situações de pobreza a aumentarem ou estagnarem, mostrando que o crescimento económico ainda não chegou ao povo, ou se chegou, foi através com um modelo social com menos direitos e mais baixos salários.
Basta estes dois fatores para se ter que fazer uma análise económica mais cuidada, sem recusar ler as melhorias, mas relativizá-las pois estas podem ter pés de barro.

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