As propostas do FMI: a continuação do ajustamento bang/bang

O FMI apareceu com recomendações de não aumento dos vencimentos dos funcionários públicos e redução das pensões, tendo em vista o reequilíbrio das contas públicas.
Dos gráficos do Medina Carreira conclui-se que a receita estabilizou por volta dos 80 mil milhões de euros, pelo que a despesa pública (primária) deve ser ligeiramente menor para acomodar o pagamento de juros, que também estão em queda com a gestão dessa dívida relacionada com a baixa das taxas de juro.
Além disso, temos a necessidade de equilíbrio da segurança social e da caixa geral de aposentações, que são sistemas em que os descontos dos ativos pagam as pensões dos reformados e o apoio aos desempregados, pois o nosso sistema não é de capitalização, mas de solidariedade.
Se olharmos para os aspetos de equilíbrio financeiro continua a haver necessidade de continuar a promover os equilíbrios das contas públicas e dos subsistemas de pensões. Mas também há necessidade de se promover o crescimento, não só do lado das exportações e investimento, mas também pelo lado do consumo, uma vez que continuamos sem atrair investimento estrangeiro significativo, pois não alteramos algumas variáveis de contexto que o facilita.
Ora o FMI continua a apostar num ajustamento o mais rápido possível, o tal bang/bang, enquanto a economia e o social precisa de um ajustamento mais lento. Basta ter em conta os níveis de pobreza, a continuação do nível de crédito mais parado, que os últimos dados mostram, que apontam para que não se ignore o lado social e a necessidade de crescimento económico mais robusto, que permitam aliviar o nível de vida de certos extratos da população.
Concluindo, está na hora de sem pôr de lado a necessidade de continuar a promover os equilíbrios financeiros a toda a pressa e de se apostar mais no crescimento económico e no social, o que implica abrandar o ritmo de ajustamentos financeiros.

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