A pressão para o salário mínimo não subir ou a imposição de um modelo de desenvolvimento.

Os últimos documentos da UE e do FMI vêm ambos colocar em causa a recente mudança de política encetada por este governo e voltam a clamar por mais reformas, salários baixos, cortes na segurança social, ou seja, a mesma receita do período da troika que este governo mudou.
Desta receita, um destes documentos realça a necessidade de o salário mínimo não subir além de criticarem a subida de 15 euros do início do ano. Voltámos, pois, à tentativa de imporem a Portugal um modelo económico baseado em salários baixos, a tal Califórnia europeia sem indústria de cinema. Mas será que os portugueses querem um país de serviços, de trabalho indiferenciado, com salários baixos?
A maioria dos portugueses escolheu um outro programa de desenvolvimento, criação de valor acrescentado, com base no conhecimento e na ciência, que permita exportar mais produtos de tecnologia da gama superior à média, ou seja da gama alta de preferência. Para este modelo não interessa nada haver salários baixos, pois o conhecimento é bem pago.
O argumento destes organismos é que salários altos dificultam o crescimento do emprego, com o agravamento do desemprego de longa duração. O que se quer é criação de emprego, mas não indiferenciado, mas especializado, portanto emprego aliado ao conhecimento.
Concluindo, quando nos querem impingir salários baixos querem fazer deste cantinho um paraíso para férias, lazer, e saúde, para os reformados, e nós sem rejeitarmos o crescimento destas atividades importantes para reduzir o emprego, queremos é indústrias da quarta geração e serviços de elevado valor acrescentado, onde a saúde se insere, mas não restrita à geriatria. Todos sabemos que não conseguimos competir com a Ásia e Leste em salários baixos, portanto este modelo é um beco sem saída, a longo prazo.

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