A questão da progressão dos funcionários públicos

A geringonça tem para este ano o propósito de atacar o problema dos precários na função pública, o que me parece uma prioridade acertada que é dignificar os funcionários públicos que não têm segurança de emprego, pois não se podem construir serviços públicos de qualidade com base na precariedade, ou seja, no caminho para se terem bons serviços públicos (o fim) temos de ter recursos humanos empenhados (o meio).
Depois de se trabalhar este tema surge naturalmente a necessidade de progressão na carreira dos funcionários já no quadro. Ora apareceu nos jornais que se está a estudar uma forma de progressão que não seja automática, quer motivos financeiros, quer por motivos de mérito. O problema é que os funcionários públicos estão congelados há bastante tempo (cerca de 10 anos) e têm vindo a ser avaliados, o que lhes permitiu ter esperança que logo que haja oportunidade financeira, as progressões apareçam. Realço que como tem havido avaliações as progressões esperadas estarão baseadas no mérito, pois só os que obtiveram boas classificações estarão em condições de progredirem. Logo a questão do mérito é uma falsa questão introduzida neste tópico.
O problema principal é a questão financeira, estima-se em 150 milhões as necessidades para que hajam progressões. Mas aqui mais uma vez é uma questão de prioridades e quem quer ter um serviço público de qualidade, o fim último, o meio para o conseguir será ter os funcionários motivados e com remunerações adequadas, além de que até agora estes foram os mais sacrificados com a crise, pelo que é chegada a altura de começarmos a inverter esta situação.
Concluindo, se este governo quiser  fazer diferente do anterior e dar importância aos recursos humanos que são pessoas, se quiser colmatar a injustiça feita pelo anterior governo aos funcionários públicos, tem que em 2018 ir de encontro às expetativas destes seus servidores, tanto mais que continuaram a ser avaliados, logo só progredirão os que mostraram mérito.

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