As eleições holandesas e a Europa

Decorreu ontem um ato eleitoral na Holanda em que se receava mais uma vitória do populismo. Hoje confirma-se que o populismo estando a crescer à boleia de uma política anti-emigração, não se tornou a principal força política, como aconteceu nos EUA com Trump. Por outro lado, na esquerda, se os trabalhistas desceram acentuadamente, os verdes tiveram uma subida acentuada, ainda que não compensando a quebra dos primeiros. De qualquer maneira o governo vai exigir uma coligação de vários partidos, o que significa negociações prolongadas.
Se os apoiantes da Europa parecem continuar maioritários e os riscos de desagregação com mais referendos parece não se pôr, continuamos sem responder à questão do que significarão estas eleições para o futuro da Europa. A continuação de uma política de austeridade cega ou o avanço numa maior solidariedade, por exemplo com os títulos europeus (european bonds)? Uma política anti-emigração ou abertura ao multi-culturalismo? Várias perguntas ficam por responder e aguarda-se a criação do novo governo e das suas alianças subjacentes para se perceber melhor qual vai ser as indicações que tiraremos das eleições holandesas para o futuro da Europa.
Concluindo, se podemos dizer que a saída da Holanda da UE parece estar fora das conjeturas, as soluções a construir para os problemas presentes da Europa ainda não aparecem claras ou definidas.

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