Boas notícias no domínio da economia

No primeiro trimestre de 2017 a economia portuguesa cresceu 2.5%, sustentada pelas exportações e pelo investimento, portanto arrastada pelo que se considera ser o ideal, pelo seu efeito a mais longo prazo: aumentar a capacidade produtiva e conquistar mercados externos.
Este crescimento traduz um clima de retorno da confiança, para o que no ano transato muito contribuiu a procura interna impulsionada pela subida do salário mínimo e outras reposições de rendimento. Este ano como já aqui previ (neste blog) a entrada em velocidade de cruzeiro dos fundos 2020, o investimento descolaria, como está a acontecer. A subida das exportações traduzem o bom momento dos mercados externos ( a Europa também acelerou o seu crescimento) e confiança dos empresários, ou seja, o circulo virtuoso parece estar em marcha.
O mérito desta situação é principalmente deste governo com a sua alteração de estratégica económica, sem contudo deixar de pugnar pelo equilíbrio das contas públicas, que são importantes para os mercados e, principalmente, porque em situação económica externa pouco favorável é necessário haver folga orçamental para que sejam possíveis políticas expansionistas de estímulo pelo lado da despesa, numa palavra uma política keynesiana. Ou seja, numa próxima recessão se for necessário puxar pelos privados, tal só será possível se houver espaço para um aumento da despesa pública, sem se cair no procedimento do défice excessivo, o que significa ter um défice abaixo dos 3%. Se o défice estiver a zero podemos subir até aos 2,5.
Esta mudança de rumo, com contenção do défice mas com uma preocupação social, foi importante e contrária ao do governo anterior, que desceu o défice, mas sem qualquer preocupação social, ou seja, promoveu a austeridade sem se preocupar com as pessoas. A austeridade manteve-se, mas não são os mesmos grupos que estão a ser prejudicados, o que permite conquistar o apoio de mais pessoas, pois desde o estudo do Pikety, ficou claro que políticas de favorecimento aos ricos só alcançam uma muito pequena percentagem da população. Desta maneira, com a preocupação social, a economia toca a política e garante o alargar da base de apoio do governo.

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