O «excelente» caso de gestão privada de bens públicos: os CTT

Outro assunto na ordem do dia é o falhanço dos CTT em manterem um serviço postal eficiente, parece que afinal a gestão privada falha no provimento de bens públicos.
Os CTT foram privatizados e passado algum tempo assistiu-se à gradual degradação deste serviço público. Nomeadamente eu recebia a conta da luz a tempo e horas e no início de 2017 passei a recebê-la depois da data de pagamento. O carteiro vinha todos os dias depois passou a vir 2 ou 3 vezes por semana e agora vem uma vez por semana (numa ladeia do distrito de Braga).
A par desta degradação do serviço postal temos uma política de distribuição de dividendos bastante vantajosa para os acionistas e que se manteve mesmo com os resultados a degradarem-se. Portanto, quem tem pago a menor procura do serviço postal têm sido os trabalhadores, que têm vindo a ser reduzidos  e os utilizadores.
Claro que reconheço que devido às novas tecnologias a procura do serviço postal diminuiu e tal trás problemas de rendibilidade e isto era previsível, mas a aposta dos CTT não foi responder a este problema, mas criar uma alternativa de negócio, o serviço bancário. Este serviço garante a continuidade da marca CTT, mesmo com uma redução drástica do serviço postal, mas não responde à sua responsabilidade de assegurar um bem público: o serviço postal.
Concluindo, a resposta dos CTT à diminuição da procura do serviço postal, não foi encontrar outras soluções tecnológicas na área do serviço postal, mas criar outra área de negócio, o serviço bancário, que veio trazer uma concorrência interessante nos serviços bancários. Mas, os CTT foi privatizado para manter o serviço postal em bom nível e tal não está acontecer. Ou seja, os CTT não estão a cumprir a sua obrigação de concessionários de um serviço público, mas a criar um banco, que será o seu negócio depois de perderem a concessão do serviço postal, que não lhes interessa por ser um negócio a definhar em termos de rendibilidade devido à diminuição da procura.
Aceitar uma concessão para depois a desprezar é pouco ético e os poderes públicos têm de agir.

























































































































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