A batalha esquerda/direita trava-se no mercado do trabalho

Apesar de termos um apoio de esquerda a um governo do PS, sabemos que o PS tem tradição mais do centro do que de esquerda e o mercado do trabalho parece ser, no momento, o centro da batalha entre a esquerda e a direita.
Já em post anterior referi que por ação da oferta estar a diminuir, com a descida do desemprego, haverá condições num futuro próximo para a subida salarial no setor privado, que já se nota em alguns segmentos ou regiões onde falta mão de obra. São os casos da metalurgia e do setor têxtil casos abordados recentemente na imprensa. No setor público tem havido reposição de rendimentos e progressão nas carreiras ainda que dilatada no tempo (em tranches de 25% a cada seis meses).
Mas a esquerda (PCP/BE) quer remover as alterações à lei laboral imposta pela tróica e o PS quer dar uma no cravo e outra na ferradura, como já o fez ao viabilizar a transmissão de estabelecimento dos trabalhadores (caso Altice), mas inviabilizou a remuneração do trabalho suplementar (com o argumento que esta matéria devia ir à concertação social).
A esquerda quer mais alterações e reversões na lei laboral tanto mais que já se está a meio da legislatura. Mas a aposta do PS como partido do centro, vai ser manter esta postura, viabilizar umas coisas para não pôr em causa o apoio ao governo ou atiçar a luta sindical e inviabilizar outras para poder dizer que só aplica o seu programa e não anda a reboque da esquerda e assim se manteve no centro.
Concluindo, as alterações na lei laboral vão depender do PS e da luta sindical, com os partidos mais à esquerda a pressionar novas revisões em matéria laboral.

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