A alternativa à atual estratégia económica

O atual modelo económico sabemos tem duas vertentes:
* cumprir as exigências da UE em termos de défice, o que implica a redução do défice do Estado;
* melhorar as condições de vida das pessoas através de uma recuperação gradual dos rendimentos, o que irá aumentar a procura interna e dinamizar a economia.
Qual a alternativa da direita a esta política?
A mais importante é a de que a prioridade à reposição de rendimentos tem limitado as funções de soberania do Estado, esta vertente centra-se na questão dos incêndios, mortes associados e impacto no tecido económico. Independentemente de sabermos que a política de cortes começou no governo anterior, importa reconhecer que houve má gestão deste governo da proteção civil, pelo que esta crítica é pertinente.
Outra vertente da alternativa de direita é querer uma redução do défice mais rápida, ou seja, em menos tempo. São os arautos desta crítica o Conselho das Finanças Públicas e de forma mais encapotada os partidos PSD  e CDS. Também alguns «opinadores» alinham nesta visão. Não explicitam que esta opção implicaria uma menor reposição de rendimentos, antes põe o acento tónico, numa cedência a grupos de pressão à mesa do orçamento, como os funcionários públicos, os médicos, enfermeiros e professores (estes sem qualquer proveito). Acentuam que quem se mobiliza mais recupera rendimentos e concluem que o orçamento é uma cedência aos grupos de pressão mais organizados, em geral conotados com a CGTP e PCP. Relacionam ainda este acentuar de reivindicações com os maus resultados autárquicos da CDU.
Em geral também atacam a falta de investimento público, dizendo que também trocariam a reposição de rendimentos por mais investimento, este sim essencial para uma recuperação económica sustentada.
Outro ponto da alternativa é realçarem que o governo beneficia de uma conjuntura económica favorável, em termos de turismo e de exportações, alavancados pela recuperação económica da Europa.
Concluindo, há uma alternativa de direita à política da maioria de esquerda, mais explícita nas questões de soberania e mais encapotada na sua vertente de suavizar a recuperação de rendimentos (porque pode fazer perder votos) em favor de menor défice e mais investimento, ao mesmo tempo que desvalorizam o sucesso da política seguida, com a recuperação da nossa economia a reboque da economia europeia nossos principais parceiros.

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