A política económica no outono de 2022.

Não escrevo neste blog faz 3 anos. Interrompi para me dedicar mais às questões de educação, no contraofacilitismo.sapo.pt.

Agora a um ano de me reformar e pensado já em como ocupar o tempo vou regressar e voltar a comentar a atualidade económica. Os comentários não serão longos.

A atualidade económica é caraterizada por um governo de maioria absoluta do PS. A guerra Ucrânia versus Rússia, na sequência da invasão deste último país (tenho a liberdade de o dizer), criou um aumento de preços dos combustíveis e de certos produtos alimentares, nomeadamente os cereais. Assim, a conjuntura é caracterizada por um aumento generalizado dos preços, o que levou a inflação para 9%, perto dos dois dígitos.

Este aumento da inflação está a ser aproveitado pelo governo para aumentar as receitas fiscais resultante do aumento de preços - excepção do imposto sobre produtos petrolíferos -, sem que do lado da despesa haja aumento de salários, mas havendo um reforço dos rendimentos de 60€ por 3 meses, para os rendimentos mais baixos através da segurança social. portanto as despesas sociais compensatórias têm sido muito limitadas em comparação com o aumento da receita fiscal. A opção do governo tem sido diminuir o défice e a dívida pública, só marginalmente pensando no nível de vida dos seus servidores e numa política social. 

Anuncia-se para a semana um pacote de medidas sociais, mas grande parte do ano 2022 tem sido de perda de rendimento de (8% * 14 = 112%), cerca de pouco mais de um salário dos 14 dos trabalhadores públicos e sem políticas sociais de apoio significativas. A população de rendimentos fixos terá uma perda de cerca de um salário enquanto a população que gere atividades económicas pode repercutir o aumento de custos nos preços, como se estuda nos manuais de economia sobre os efeitos da inflação. Esta não ação aumenta assim a diferença de rendimentos entre os trabalhadores por conta de outrem e os proprietários, mesmo os do imobiliário num mercado com mais procura que oferta no mercado do arrendamento. Os que compraram casa própria têm de pagar uma prestação maior com as subidas das taxas de juro já promovidas pelo BCE e com nova subida programada para setembro. Esta conjuntura está a agravar  a distribuição dos rendimentos, com os ricos a ficarem mais ricos e os trabalhadores a perderem rendimento.

Concluindo a maioria absoluta do PS está a optar por deixar agravar a distribuição dos rendimentos ao deixar atuar a inflação sem tomar medidas, beneficiando também com mais receitas fiscais.

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